Assim como muitas seleções, a França também passa por um processo de reformulação. Dois anos depois de perder a final da Copa do Mundo de 2022 para a Argentina, a convocação francesa para a próxima Data Fifa tem apenas dez jogadores remanescentes da campanha do vice-campeonato. De fora, a principal estrela.
Na última quinta-feira (7), Didier Dechamps escolheu os 23 jogadores que irão enfrentar Israel, no dia 14 de novembro em casa, e Itália, três dias depois, fora de casa. O treinador deixou Mbappé de fora por opção técnica e trouxe de volta dois campeões mundiais para a disputa das partidas pela Liga das Nações.
A seleção francesa mudou muito em dois anos. Depois do vice-campeonato mundial contra a Argentina em 2022, Didier Deschamps arquitetou uma mudança drástica nos escolhidos para defender o país. Tanto que, dos 23 convocados para a última Copa do Mundo, apenas dez constam na lista mais recente.
Apenas Koundé, Konaté, Upamecano, Saliba, Theo Hernández, Camavinga, Rabiot, Guendouzi, Dembelé e Kolo Muani viajaram para o Catar em busca da quarta estrela. Alguns nomes, porém, participaram regularmente de convocações depois do Mundial, tais quais Mbappé, Thuram e Aréola.
Para alguns atletas, o ciclo na seleção parece ter acabado depois da queda na Eurocopa de 2024 para a Espanha, na semifinal. Mendy, Pavard, Fofana, Griezmann, Giroud e Coman ficaram de fora das duas Datas Fifa desde o fim da maior competição europeia entre seleções.
Enquanto Giroud se aposentou da seleção em julho, Griezmann seguiu o mesmo caminho dois meses depois, também dando adeus aos Blues. Mendy sofreu grave lesão na última convocação e foi cortado, mas também não constou na outra. Pavard, Fofana e Coman não passaram por contusões graves, mas não foram mais convocados. Parecem fora dos planos, mas a porta não fechou completamente.
As novidades recentes são o goleiro Samba, do Lens, os meias Manu Koné, da Roma, e Zaire-Emery, do PSG, e os atacantes Barcola, também do PSG, e Olise, do Bayern. Outro fato é que Chevalier, goleiro do Lille, integrou a convocação pela primeira vez na carreira.
Quando a comparação do elenco atual é com os campeões na Copa de 2018, a mudança é ainda mais drástica. Apenas Digne, Kanté, Rabiot e Dembelé foram tricampeões mundiais em 2018 e constam na atual convocação da França.
A “nova França”, depois de cair nas semifinais da Euro, conseguiu três vitórias na Liga das Nações, contra Bélgia (duas vezes) e Israel, e perdeu um jogo contra a Itália, no Parque dos Príncipes, em atuação muito criticada. O time ainda tenta se encontrar em campo…
A ausência mais significativa é a de Kylian Mbappé. O agora astro do Real Madrid também não esteve no elenco francês nos últimos jogos da Liga das Nações, nos triunfos contra Bélgica e Israel. Porém, agora a motivação da ausência é outra.
Na última ocasião, o camisa 9 do Real Madrid não vestiu a camisa azul para ser poupado, já que se recuperava de uma lesão na coxa esquerda. Na atual convocação de Deschamps, o atacante de 25 anos não esteve por opção técnica.
“Discuti com ele e tomei esta decisão para este encontro porque acho que é melhor assim. Posso te dizer duas coisas. A primeira é que Kylian queria vir. A segunda é que não são problemas extra-campo que entram em jogo, uma vez que a presunção de inocência existe e deve existir. É uma decisão pontual. A decisão é minha porque acho que é melhor assim”, pontuou Deschamps.
Mbappé vem sendo criticado pelo começo no Real Madrid, apesar de não ter deixado de fazer gols. Em 15 jogos, entre Liga dos Campeões, Copa do Rei e Liga dos Campeões, o atacante balançou as redes oito vezes e deu dois passes para gol. Passa longe de ser um mau começo, mas abaixo dos anos de Paris Saint-Germain.
Desde que deixou o Monaco para jogar no PSG, Kylian teve apenas dois começos de temporada com menos gols. Em 2021/22, após o vice-campeonato da Champions e de volta à programação normal pós Covid-19, Mbappé balançou as redes seis vezes e contribuiu com seis assistências nos 15 primeiros jogos. Na temporada de estreia pelo clube parisiense, em 2017/18, o atacante marcou um tento a mais e deu seis passes para gol.
Nas demais temporadas, seguiu goleador. Marcou 14 vezes em 2018/19 e, nas outras quatro que atuou pelo PSG, foram 12 gols nos 15 primeiros jogos. As assistências foram menores após as saídas de Neymar e Messi. Nas duas temporadas em que foi o ‘astro solo’ do clube, Mbappé deu apenas um passe para gol, enquanto nas outras três antes, o número varia entre cinco e seis.
O início de temporada não tão brilhante afastou Mbappé da seleção. Mas é impossível dizer que o futuro da França não passa pelos pés do craque…
Fonte: Ogol
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