Apesar do aumento de investimentos desde a invasão russa à Ucrânia, Europa segue dependente do apoio militar dos EUA, afirma IISS
A Europa ainda carece de capacidades militares e defensivas suficientes para se proteger de ameaças externas, aponta um estudo do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), publicado nesta sexta-feira (8). Mesmo com o crescimento dos investimentos em defesa desde o início da guerra na Ucrânia, as forças europeias ainda apresentam sérias limitações, especialmente no efetivo e na retenção de novos recrutas. Esse quadro levanta preocupações, especialmente com a incerteza sobre o apoio militar dos Estados Unidos, caso Donald Trump seja reeleito.
O relatório do IISS, divulgado durante um fórum de defesa que ocorre em Praga, na República Tcheca, destaca que, embora os países europeus da Otan tenham aumentado seus gastos em 50% desde a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, a invasão em 2022 expôs fragilidades significativas na capacidade da Europa de assegurar sua própria segurança. O estudo aponta que o arsenal militar europeu foi reduzido drasticamente desde o fim da Guerra Fria e que a indústria de defesa no continente sofreu retração.
Ainda assim, o IISS observa que desde 2022, a produção de equipamentos como sistemas de defesa aérea e artilharia teve aumento considerável para atender à demanda da Ucrânia. Hoje, metade dos pedidos de armamentos dos países europeus da Otan é direcionada a fabricantes do continente, enquanto 34% ainda vêm de fornecedores dos EUA.
Recentemente, o comissário europeu de Defesa, Andrius Kubilius, defendeu um aumento nos investimentos da União Europeia no setor militar, citando a crescente ameaça russa como principal razão para o incremento. Durante uma reunião em Budapeste, o presidente francês, Emmanuel Macron, também reforçou a necessidade de independência, afirmando que a UE “não deve delegar para a eternidade” sua segurança aos Estados Unidos.
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