Organização criminosa contava com mergulhadores especializados para ocultar drogas com destino à Europa e Ásia
A Polícia Federal deflagrou a Operação Taeguk na última quinta-feira (7), visando desarticular um esquema internacional de tráfico de drogas em que traficantes de Mato Grosso do Sul, ligados a facções criminosas, transportavam cocaína escondida nos cascos de navios. A operação envolveu 49 mandados de prisão e busca e apreensão, abrangendo diversos estados do Brasil, embora sem ações diretas em Mato Grosso do Sul.
O ponto de partida para a investigação foi a prisão de um homem em Bataguassu, Mato Grosso do Sul, flagrado com 400 quilos de maconha, acompanhado de um adolescente. A droga, proveniente do Paraguai, foi destinada ao Porto de Santos (SP), de onde cocaína também era ocultada nos cascos das embarcações por mergulhadores especializados, com destino a mercados da Europa e Ásia.
Ao todo, a operação cumpriu mandados em cidades paulistas, como Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Bertioga, Caraguatatuba e Paraibuna, além de Duque de Caxias (RJ), Belém e Barcarena (PA) e São Luís (MA).
As investigações revelaram uma rede de mergulhadores especializados que “prestavam serviços” para o transporte transnacional de drogas, ocultando a cocaína nos cascos dos navios que deixavam o Brasil. Esses profissionais se organizavam para atuar na retirada da droga ao chegar nos portos estrangeiros, segundo a Polícia Federal.
Em 2024, a operação identificou ao menos sete transportes internacionais de drogas, totalizando mais de uma tonelada de entorpecentes apreendidos. Os envolvidos poderão responder por crimes de tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa.
A operação contou com o apoio da Marinha do Brasil, do escritório do DEA em São Paulo, e de cooperação jurídica internacional com países como Coreia do Sul, China e Espanha.
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