O Santos está de volta à elite do futebol brasileiro. A vitória sobre o Coritiba, na segunda, confirmou matematicamente o acesso. Agora, a diretoria do Peixe tem de começar a responder algumas perguntas sobre o planejamento para 2025.
Podendo iniciar os planos para o retorno para a elite antes da maioria dos rivais, ainda na segunda semana de novembro, o Alvinegro Praiano pode largar na frente. Não faltará tempo de planejamento. Não apenas para montar um elenco que precisa ser repensado, mas para pensar em projeto de futebol.
O grande questionamento no planejamento para 2024 ficou por conta da escolha de Fábio Carille para o comando técnico. A principal pergunta que fica é: a diretoria do Santos sabe o que quer? Não faz muito sentido contratar Carille e esperar um time com DNA ofensivo, que jogue com posse de bola, saída sustentada e jogo apoiado.
Na volta para a elite, qual será o DNA de equipe que a diretoria planeja? Ser fiel à cultura de futebol do clube ou buscar o resultado acima de qualquer coisa? A torcida já deixou claro o que prefere.
Fábio Carille cumpriu o que veio fazer: recolocou o time na Série A. E foi fiel ao seu modelo de jogo. Conseguiu os resultados que sustentaram seu trabalho do início ao fim. Mas tem futuro incerto. Como teve por vários momentos ao longo da temporada, nem tanto por resultados, mas mais por performance.
A primeira decisão terá de ser pela sequência, ou não, de Carille, e, logo, se optar pela saída do técnico, quem deverá assumir em seu lugar?
A partir da definição do técnico e do modelo de jogo, com ou sem Carille, a formação do elenco passa a ser a prioridade. A primeira análise é sobre o atual elenco: quem deve ficar, e quem serviu “apenas” para a campanha na Série B?
Um dos que têm o futuro questionado é Romulo Otero. O venezuelano marcou um golaço na vitória sobre o Coxa. É arma incontestável na bola parada: difícil ver um jogador que pega na bola como ele. Também ameaça muito em arremates de fora da área. Mas terá espaço no time na elite? Otero fez, até o momento, 49 jogos no ano, 34 como titular, com oito gols e cinco assistências. Nunca foi titular indiscutível. Mas tem argumentos para, pelo menos, fazer parte do elenco.
A definição pode partir do ponto de quantos estrangeiros o Peixe vai ter no elenco. Dos gringos da Série B, Otero foi o que mais jogou em número de partidas. Gonzalo Escobar somou mais minutos e foi titular em todos os 31 jogos que fez. O argentino deve seguir, já que se firmou como titular. Rincón perdeu espaço no elenco, Billy Arce e Laquintana pouco jogaram e Njie nem entrou em campo. Julio Furch tampouco se mostrou importante na campanha.
Para 2024, o elenco santista foi formado pensando em um contexto competitivo completamente diferente do de 2025. Para a Série B, o elenco foi formado com a ajuda de muitas figuras “cascudas”, jogadores experientes que se apresentaram como boas oportunidades de mercado, com um investimento baixo.
Gil, Serginho, Patrick, Diego Pituca, João Schmidt, Luan Peres e Willian Bigote chegaram, todos acima dos 30 anos. Gil e Bigode já com 37. No elenco, havia ainda Tomás Rincón (36), Dodô (32), Alison (31), Njie (30), Otero (32) e Furch (35). A sequência de muitos é questionada, já que foram feitos contratos curtos.
Dodô já saiu, e Bigode e Patrick podem ser os próximos, com poucos minutos na temporada. Gil e Giuliano, por outro lado, foram importantes na campanha da Série B. Mas até que ponto conseguirão performar da mesma forma na elite em 2025?
Dentre os destaques na temporada, o zagueiro Jair conseguiu se valorizar ainda mais no mercado. Recentemente, a Atalanta, da Itália, chegou a oferecer R$ 122 milhões pelo jogador. Será que o Santos vai ser capaz de manter o defensor no elenco até o Brasileirão?
JP Chermont, entre altos e baixos, também conseguiu somar 29 jogos na Série B e com apenas 18 anos é outra promessa da Vila com mercado. Menos que Jair, e com muito mais chance de ter mais tempo na Vila para amadurecer.
Enquanto terá de tomar decisões no mercado com relação a seus ativos, o Peixe também sonha com uma contratação bombástica. Neymar, lesionado mais uma vez, tem futuro que parece incerto no Al Hilal, e veria com bons olhos um retorno para a Vila. Mas tem um salário que daria para pagar toda a folha salarial santista mais de uma vez… É um sonho possível e que, também, não compromete o futuro do clube?
Na segunda semana de novembro, apenas conseguimos empilhar perguntas. Que a diretoria do Santos terá de responder nas próximas semanas, visando não repetir os erros do passado, que levaram o clube para o lugar que ele está saindo hoje…
Fonte: Ogol
Comentários