Operação Ultima Ratio aponta ligação de Aldo Ferreira da Silva Júnior em esquema milionário envolvendo estelionato e transferências suspeitas
O juiz aposentado Aldo Ferreira da Silva Júnior recebeu R$ 1,1 milhão obtido por sua esposa, a advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, em um golpe contra um aposentado de Petrópolis (RJ). A Polícia Federal identificou o fluxo de R$ 5,5 milhões retirados da conta da vítima por ordem do juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível de Campo Grande.
Esta é a primeira vez que a PF estabelece uma ligação direta entre o juiz e o golpe milionário, conforme informações do inquérito da Operação Ultima Ratio, que resultou em 44 mandados de busca e apreensão em 24 de outubro deste ano. A investigação revelou transferências de Emmanuelle para contas ligadas ao marido, incluindo R$ 550 mil para sua conta pessoal e outros R$ 550 mil para sua empresa, Mana Agropecuária.
Emmanuelle já havia sido presa pelo Gaeco e condenada a três anos de prisão por estelionato, decisão posteriormente anulada pelo STJ. No entanto, apesar de sua proximidade com o juiz Paulo Afonso, Aldo não havia sido implicado no golpe até a quebra de sigilo bancário. Emmanuelle usou documentos falsos para sacar o montante, ignorando alertas de fraude.
Além das transferências para Aldo, foram realizados pagamentos para outras pessoas, como R$ 275 mil para o advogado Rodrigo Gonçalves Pimentel, filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel, e R$ 105 mil para Fábio Castro Leandro, filho de um desembargador aposentado. A investigação sugere ainda um possível pagamento de propina para o juiz e o desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, que havia negado o pedido do aposentado para suspender o saque.
Aldo Ferreira da Silva Júnior responde a três ações penais, tramitando em sigilo na 4ª Vara Criminal de Campo Grande, e a investigações por improbidade administrativa decorrentes da Operação Espada da Justiça, conduzida pelo Gaeco. As investigações sobre o esquema seguem em andamento.
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