Aldeias Jaguapiru e Bororó enfrentam crise de abastecimento enquanto projeto estadual exclui a reserva de Dourados
Lideranças das aldeias Jaguapiru e Bororó, localizadas na Reserva Indígena de Dourados, anunciaram que irão bloquear a rodovia MS-156 na próxima segunda-feira (25). A medida é um protesto contra a falta de água, problema que afeta diretamente a população indígena da região e já causou transtornos no início do ano.
Impacto no dia a dia das comunidades
De acordo com as lideranças, a precariedade no fornecimento de água tem causado graves consequências, afetando escolas, unidades de saúde e até a sobrevivência de animais. “Estamos sem água para beber, para cuidar dos nossos filhos e até para os animais. Isso é desumano”, afirma um ofício enviado às autoridades.
Relatos indicam que crianças estão abandonando as aulas por falta de condições mínimas de higiene e animais sofrem e morrem devido à escassez de água.
Histórico do problema
A crise hídrica nas aldeias Jaguapiru e Bororó não é nova. Em janeiro, um protesto semelhante gerou congestionamento de vários quilômetros na mesma rodovia. O Governo do Estado, por meio do vice-governador Barbosinha, informou que apresentou um projeto à Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) com soluções que incluem a perfuração de poços e construção de reservas de água, orçado em R$ 35 milhões. Porém, a execução depende de repasses federais.
Recentemente, o deputado federal Geraldo Resende intermediou uma reunião com o ministro Alexandre Padilha para cobrar soluções. Durante o encontro, foi anunciada uma parceria com a Itaipu Binacional, com aporte de R$ 49 milhões para abastecimento em Dourados.
Exclusão no projeto “MS Água para Todos”
Embora recursos significativos tenham sido destinados ao projeto estadual “MS Água para Todos”, que beneficia oito aldeias indígenas em Mato Grosso do Sul, as comunidades Jaguapiru e Bororó ficaram de fora.
O projeto, lançado em parceria com a Itaipu Binacional, prevê um investimento de R$ 60 milhões para melhorar o abastecimento em municípios como Amambai, Juti e Paranhos. No entanto, não contempla Dourados, onde a crise se agrava.
A exclusão das aldeias Jaguapiru e Bororó do programa aumenta a insatisfação das comunidades, que buscam soluções urgentes para a falta de água e prometem intensificar os protestos caso suas demandas não sejam atendidas.




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