Chegou ao fim mais um capítulo da história entre Renato Gaúcho e Grêmio. Nesta segunda-feira, o treinador e ídolo do Tricolor teve sua saída confirmada e encerrou sua quarta passagem pelo Imortal como técnico. Brigando até as rodadas finais contra o rebaixamento, o comandante e o clube encontraram uma maneira amistosa de encerrar um vínculo que estava conturbado.
Em um ano atípico por conta das enchentes que castigaram o Rio Grande do Sul, Renato Gaúcho não conseguiu encontrar um equilíbrio entre defesa e ataque e somou decepções ao longo da temporada. Embora o heptacampeonato gaúcho conquistado antes da tragédia climática, o Grêmio acumulou no segundo semestre eliminações precoces na Copa do Brasil e Libertadores e um monótono 14° lugar no Brasileirão, com direito a briga contra o Z4 até duas rodadas do fim.
Dono da sexta defesa mais vazada do campeonato, o Grêmio repetiu as fraquezas de 2023 e não conseguiu encontrar o equilíbrio defensivo. Novamente sofrendo para buscar uma renovação para Geromel e Kannemann, Renato Gaúcho não conseguiu estabilizar uma dupla de zaga titular e nem proteger o sistema de retaguarda.
Assim como na temporada passada, o time gaúcho teve a defesa como seu calcanhar de aquiles. Em 2023, o Grêmio terminou o Brasileirão como vice-campeão, mas ocupando a quarta pior defesa da competição. A diferença entre a temporada anterior e a atual estava em Luisito Suárez, responsável por colocar o Grêmio como segundo ataque mais letal em 2023.
Sem o uruguaio, o Tricolor terminou o ano com 16 gols a menos em relação a última temporada, mesmo disputando três jogos a mais. A diferença desproporcional no setor ofensivo acabou desaguando na fragilidade defensiva e em um problema não resolvido por Renato.
A queda de rendimento no segundo semestre expôs as fragilidades gremistas e proporcionou um ambiente desfavorável para a permanência de Renato Gaúcho. Apesar da manutenção do técnico bancada pela diretoria até o final do Brasileiro, a renovação era improvável e o ciclo teve amostras de encerramento.
Vaiado em determinadas partidas na Arena e no Centenário, casa do Grêmio provisória no período pós-enchente, Renato externou a sua desaprovação com as críticas ao seu trabalho e justificou o declínio de rendimento ao caos gerado pela tragédia climática.
Apesar do fator ter deixado cicatrizes profundas nos aspectos físicos e psicológicos, a insistência no tema acabou desgastando a paciência da torcida e a pedida por um fim de ciclo.
Renato deixou o Grêmio com dois títulos estaduais conquistados nesta passagem e a manutenção da hegemonia recente do Imortal no Campeonato Gaúcho, ampliando a sequência para sete títulos consecutivos. Além disso, o treinador se despediu do clube deixando para o próximo comandante a vaga para a Sul-Americana em 2025.
“Sei que as portas sempre ficarão abertas. Não sou perfeito, tenho meus defeitos, mas sempre vesti a camisa do clube, sempre procurei defender a instituição, mesmo não agradando a todos. Vou embora com a consciência tranquila, procurei fazer sempre o melhor para o clube, sempre. Sempre. Não posso agradar a todos, mas sempre vesti a camisa. Fica aqui meu registro, assumo toda responsabilidade de qualquer incidente, toda responsabilidade é minha. De mais ninguém. Torcedor, muito obrigado por tudo”, disse Renato na despedida.
Fonte: Ogol
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