Relatora da comissão, Soraya Thronicke nega acusações e aponta bastidores conturbados nas investigações
A CPI das Bets, liderada pela senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (Podemos), enfrenta uma denúncia explosiva de tentativa de extorsão que pode envolver valores entre R$ 40 milhões e R$ 100 milhões, segundo reportagem publicada pela revista Veja. A denúncia lança uma sombra sobre a comissão, que investiga supostas irregularidades no setor de apostas esportivas.
O caso surgiu após informações de que um lobista teria procurado um empresário do setor de apostas para exigir o pagamento de R$ 40 milhões, supostamente para evitar sua convocação à CPI. O empresário rejeitou a proposta e denunciou o caso à Polícia Federal.
Tensões na CPI
A revelação ocorre em meio a um embate público entre Soraya e o senador Ciro Nogueira (PP), que culminou em um bate-boca durante uma sessão da CPI. Nogueira chegou a insinuar que Soraya precisaria dar explicações sobre os acontecimentos.
De acordo com a Veja, Nogueira alertou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), sobre o caso. O diálogo foi testemunhado pelo senador Rogério Carvalho (PT), que confirmou o teor da conversa à revista.
O papel do lobista
O lobista Silvio Assis, apontado como responsável pela tentativa de extorsão, teria oferecido ajuda para evitar o “constrangimento” da convocação do empresário à CPI. Contudo, o empresário recusou a oferta. Silvio, por sua vez, nega as acusações, mas admitiu que acompanha a CPI com o objetivo de produzir um documentário sobre o tema.
Defesa de Soraya
Soraya Thronicke, relatora da CPI, afirmou que conhece Silvio Assis, mas negou qualquer envolvimento com o suposto esquema. Ela revelou à revista que recebeu informações sobre uma tentativa de extorsão envolvendo valores de até R$ 100 milhões, mas não revelou os nomes dos envolvidos.
“Há fortes indícios de que algo grave está ocorrendo nos bastidores da CPI, mas não em relação a mim”, declarou a senadora.
Cenário de instabilidade
A CPI das Bets, que já aprovou 230 dos 360 requerimentos apresentados e ouviu seis testemunhas, corre o risco de ser encerrada antes do prazo, devido ao potencial escândalo. Segundo Veja, o presidente do Senado estaria cogitando antecipar o término dos trabalhos para evitar maiores desgastes.
A investigação, inicialmente vista como uma aposta de Soraya Thronicke para impulsionar sua carreira política, agora enfrenta incertezas que podem redefinir os rumos da comissão e da política em Brasília.
A assessoria da senadora ainda não respondeu às solicitações de esclarecimentos.
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