Capivaras: símbolo da fauna de Dourados e os desafios da convivência na área urbana
No aniversário de Dourados, as capivaras ganham destaque como um dos símbolos da rica biodiversidade que compõe o cenário natural do município. Com aproximadamente 250 delas vivendo em áreas verdes urbanas, como os parques Arnulpho Fioravante e Antenor Martins, e em regiões de lagoas naturais como o bairro Altos do Indaiá, conforme a PMA (Polícia Militar Ambiental) esses animais chamam a atenção pela beleza e por sua presença constante em meio à população.
Mesmo já com a costumeira presença do maior roedor do mundo na área urbana, essa fator também envolve desafios significativos para o meio ambiente e para a segurança pública, devido aos constantes casos de acidentes de trânsito envolvendo esses animais. Relembre aqui um dos casos recentes de atropelamento de capivaras no centro da cidade.
Para entender melhor a situação, o Dourados News conversou com o Major Everson Ferreira Torres, comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar Ambiental, que explicou os principais desafios relacionadas a existência do grande número de capivaras no município. Na entrevista, ele ressaltou a importância de investimento em sinalização das vias e até nos próprios parques, com placas que proíbam o manejo ou a alimentação dos animais, além de campanhas educativas que conscientizem a população sobre os cuidados com a fauna silvestre.
“O monitoramento dos parques de Dourados é constante, com o trabalho dos biólogos do IMAM (Instituto Municipal do Meio Ambiente) e da Guarda Municipal Ambiental, mas ainda enfrentamos dificuldades no controle de acesso das capivaras. As cercas dessas áreas frequentemente sofrem avarias, o que permite que os animais escapem para as vias públicas, aumentando o risco de atropelamentos”, explicou o Major Everson Ferreira Torres.
Capivara é flagrada amamentando filhotes em Dourados ( Foto cedida por Hédio Fazan)
Em episódios recentes, como o caso de uma capivara encontrada acuada no estacionamento de uma loja de departamentos, fica evidente a importância da disseminação de informações para a população em circunstâncias semelhantes. “A orientação é evitar qualquer tentativa de aproximação ou captura. O correto é acionar os órgãos competentes, como o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Militar Ambiental, que possuem treinamento para lidar com essas situações”, ressalta Torres.
Outro ponto de atenção é a saúde pública, especialmente devido à presença do carrapato-estrela nesses animais, transmissor da febre maculosa. “A translocação de capivaras deve ser feita com extremo cuidado e somente após a apresentação de projetos técnicos ao IBAMA, para evitar o risco de surtos de doenças, bem como evitar contato direto”, alerta o comandante.
Para equilibrar a convivência entre as capivaras e os moradores de Dourados de forma sustentável, Torres enfatiza a importância de ações integradas.
“As capivaras fazem parte das riquezas naturais do município de Dourados, sua interação com o ser humano pode ser equilibrada, para isso o poder público deve realizar o monitoramento constante desses animais, monitorar a saúde, realizar manutenções dos cercamentos para evitar o acesso nas vias públicas, sinalizar as vias próximos dessas áreas, sinalizar com placas também o interior dos parques, com proibições de alimentar e manejar os animais”, afirmou.
O Major finalizou destacando a importância de ações preventivas, como campanhas de educação ambiental para orientar e conscientizar a população sobre os cuidados com os animais silvestres. Segundo ele, essas iniciativas precisam ser realizadas de forma regular em escolas, órgãos públicos e estabelecimentos privados da cidade.
Fonte: Dourados News
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