Caixa sobe juros do financiamento imobiliário e taxa supera bancos privados
A Caixa Econômica Federal elevou o juro do financiamento imobiliário para a classe média na virada para 2025.
A simulação do empréstimo no site do banco pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE3) mostra que a taxa balcão agora está ao redor de 11,5% ao ano.
A taxa pode variar dependendo de características específicas de cada operação.
Até o final de 2024, essa taxa, que serve de referência para financiar imóveis de até R$ 1,5 milhão, estava ao redor de 10% anuais na Caixa.
A mudança, antecipada pela Inteligência Financeira, acontece na esteira do aumento da taxa básica de juros, a Selic.
Em setembro, o Banco Central (BC) começou a subir a Selic. Desde então, o juro subiu de 10,5% para 12,25%.
A autoridade monetária já indicou que deve subir a taxa neste começo de 2025 em mais duas etapas de 1 ponto percentual. Com isso, a Selic chegará a 14,25% anuais.
Segundo agentes imobiliários consultados pela Inteligência Financeira, a mudança fez o financiamento imobiliário da Caixa ficar mais caro do que em bancos privados.
No Santander Brasil (SANB11) e no Itaú Unibanco (ITUB4), por exemplo, a taxa balcão está ao redor de 10,9% para a mesma linha.
A taxa balcão é a que os bancos cobram dos tomadores que não são seus correntistas, nem têm planos de fazê-lo.
A tendência, porém, é que os bancos privados também elevem suas taxas em breve, uma vez que costumam acompanhar mais de perto as variações da Selic.
Responsável por cerca de 70% dos empréstimos para a compra da casa própria no Brasil, a Caixa vem desde outubro aumentando as restrições para acesso à linha do SBPE.
Primeiro, reduziu o percentual financiável, de 80% para até 70% do valor do imóveis.
Depois, passou a recusar financiamentos imobiliários que tiveram origem em outros bancos.
Isso porque seus recursos vêm principalmente da caderneta de poupança, investimento que vem perdendo recursos há anos.
Entre 2021 e 2024, os resgates no setor superaram os depósitos em quase R$ 250 bilhões, segundo dados preliminares do BC.
Isso aconteceu a reboque da procura do público por opções de investimentos mais rentáveis, como títulos de renda fixa isentos de Imposto de Renda.
Ainda assim, o setor manteve o crescimento, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
De acordo com a entidade, em 12 meses até outubro de 2024, o volume financiado somou R$ 181,2 bilhões, alta de 17,9% sobre um ano antes.
Consultada nesta quinta-feira (2) sobre o aumento no juro do financiamento imobiliário, a Caixa não respondeu de imediato.
Fonte: Inteligência Financeira



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