Segunda-feira, Janeiro 20, 2025
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De que tamanho volta Neymar ao futebol brasileiro?

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A discussão sobre o retorno de Neymar ao futebol brasileiro vai muito além de tática, embora também passe pela compreensão estratégica do jogo. Pouco mais de dez anos depois de sua saída para o Barcelona, o craque está perto de retornar ao Santos com outro tamanho. 

Neymar saiu do Santos em 2013 depois de 225 jogos, 136 gols e 63 assistências. Talvez nunca antes tivemos a oportunidade de ver de tão perto, de tantos ângulos, o surgimento, desenvolvimento e explosão de um craque no nosso futebol. 

Com o sucesso nas Copas de 1958 e 1962, o futebol brasileiro começou a apresentar ao mundo craques inesquecíveis. Mesmo antes disso: Zizinho, Leônidas e Domingos da Guia já desfilavam talento. Só não eram transmitidos para o outro lado do oceano. 

Pelé nunca jogou na Europa. Mas nomes como Evaristo de Macedo já haviam conquistado idolatria por lá. Mais tarde, com o Calcio da Itália, a exportação de craques brasileiros se tornou moda pelo mundo. A seleção de Telê em 1982 disse a todos: o jogador brasileiro continuava a ser sinônimo de qualidade técnica. 

Antes da “Era dos Dados”, com o desenvolvimento de tecnologias da informação poderosas e instantâneas, era quase impossível acompanhar os craques como hoje. A geração dos Meninos da Vila de Robinho, Diego e companhia dividia espaço na TV aberta com os outros rivais paulistas. E não existia canais fechados como hoje (pelo menos não tão difundidos e populares). 

Um tempo que não volta mais?

É mais fácil você lembrar do show de Neymar contra o Naviraiense, pela Copa do Brasil de 2010, do que de qualquer jogo de Robinho no Paulistão de 2003. Os tempos mudaram, e agora conseguimos olhar os craques com uma lupa. Seja pela maior gama de opções televisivas, ou também pela quantidade quase infinita de estatísticas que nos trouxe a “Era dos Dados”. 

Na nossa memória afetiva, temos momentos geniais de Neymar. Os gols contra o Flamengo no histórico 5 a 4, a arrancada impressionante contra o Inter, na noite de hat-trick pela Libertadores. A atuação de gala com quatro gols diante do Athletico. Neymar no prime… 

O Neymar do Barcelona foi, também, gênio e genial. A ponto de se colocar entre Messi e Cristiano Ronaldo na luta pelo prêmio de melhor do mundo. Com gols antológicos, que nos fazem perder vários minutos no youtube assistindo de novo. 

O Neymar ganancioso do PSG, perdido em uma briga de egos no vestiário, como o próprio já confessou, também era o Neymar solidário em campo. Cada vez mais presente na faixa central, com passes decisivos para os companheiros. A imagem da assistência para Marquinhos contra o Bayern, na Champions, em câmera lenta, enquanto a neve caía, é poesia. 

Neymar chegou a ter 28 gols e 17 assistências em uma temporada de 30 jogos em Paris. Nunca deixou de ser decisivo, mas passou a estar menos em campo. Nunca voltou a beirar os 40 gols em um ano como nos tempos de Barcelona, ou a superar os 40 como fez duas vezes no Santos. Porque esteve muito menos tempo em campo.

Na própria seleção brasileira, da qual é o maior artilheiro da história, Neymar nunca se omitiu. Fez quatro gols na Copa de 14 até a entrada criminosa de Zuñiga. Nas Copas seguintes, sempre dois gols e uma assistência, na última em apenas três jogos. Neymar marcou na prorrogação nas quartas, contra a Croácia, em gol que poderia ter decidido o jogo. Não fosse a falha no fim e o impiedoso Livakovic nos pênaltis. 

Queda física, mas não técnica

A minutagem de Neymar conta um pouco da história da decadência física do craque: se no Barcelona o atacante já superou os 4000 minutos em uma temporada, em sua temporada com mais jogos em Paris, a primeira, o brasileiro alcançou apenas 2697. Nos anos seguintes, sempre jogou na faixa dos 2300 minutos, nunca mais. 

Tecnicamente, é difícil defender uma queda. A média de participações em gol de Neymar no PSG foi de uma a cada 76 minutos em campo. Na última temporada na capital francesa, Neymar teve 34 participações em gols em 29 jogos, uma média de uma participação em gol a cada 69 minutos em campo. 

Neymar estreou pelo Al Hilal em setembro de 2023. Desde então, somou apenas 428 minutos em campo. Ficou mais de um ano sem jogar por conta de uma grave lesão no joelho. Aos 32 anos, tenta um recomeço na carreira. 

Quem poderia dizer que aquele menino que deixou o Santos em 2013, com a promessa de se tornar uma lenda no esporte, voltaria aos 32 anos? Talvez um retorno para encerrar a carreira, lá pelos 36, 37… Mas aos 32? 

Até pelos problemas físicos dos últimos anos, Neymar volta para a Vila mais um 10 do que um 11, mais um meia que um atacante. Como já se moldava desde os tempos de PSG. Sem a mesma agilidade e velocidade de antes, mas ainda com um entendimento do jogo acima da média. E com gestos técnicos pouco vistos neste século. 

A grande questão é: Neymar volta para o Santos com condições de jogar futebol? E e em que nível? Jorge Jesus, no Al Hilal, não acredita que o craque recupere a condição que teve um dia. Mas se pensasse diferente, ele não voltaria ao Brasil aos 32 anos. Quem sabe em casa, Neymar não consegue se recuperar fisicamente e, mais além, ganhar de novo a confiança para praticar o futebol que sabe? Ninguém duvida da água que se bebe na Vila Belmiro… 

Fonte: Ogol

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