Espaço Clínico Infinity alerta para os perigos do preconceito velado
Nos últimos anos, a discussão sobre neurodiversidade ganhou destaque nas redes sociais e em espaços públicos de debate. O autismo, uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação e o comportamento, está no centro dessas discussões. No entanto, a necessidade de pertencimento, o excesso de informação desorganizada, aliada com a tendências como o autodiagnóstico e o uso indiscriminado do termo “autista” para descrever comportamentos generalizados, levantam preocupações importantes. Embora a intenção possa ser a inclusão, essas práticas muitas vezes perpetuam estereótipos, subestimam a complexidade da condição e fomentam preconceitos.
Com o acesso à informação por meio da internet, muitos indivíduos buscam respostas para comportamentos ou traços pessoais nas ferramentas de busca com o objetivo de se conhecerem e buscarem sentido em seus hábitos. Essa prática, conhecida como autodiagnóstico, é particularmente comum em relação ao transtorno do espectro autista (TEA). Contudo, a prática do autodiagnóstico pode ser problemática, especialmente quando feito sem acompanhamento profissional qualificado.
De acordo com pesquisadores da área do autismo, o diagnóstico de TEA requer uma avaliação abrangente que considera histórico de desenvolvimento, observações clínicas e instrumentos validados. O autodiagnóstico, muitas vezes baseado em listas de traços encontradas na internet, não leva em conta a ampla diversidade de manifestações do autismo e pode levar a interpretações equivocadas.
Estereótipos e Generalizações
Outra tendência preocupante é o uso popular do termo “autista” para descrever comportamentos como timidez, preferências por rotinas, hábitos alimentares ou dificuldade em interações sociais. Essas associações generalistas ignoram a complexidade do transtorno e reforçam estereótipos que não refletem a experiência de indivíduos dentro do espectro.
Para entender melhor, estereótipos são ideias fixas ou generalizações simplistas sobre um grupo de pessoas, baseadas em características percebidas ou atribuídas. Essas ideias podem não refletir a realidade e frequentemente ignoram a diversidade dentro de cada grupo. No contexto do autismo, os estereótipos reduzem a condição a comportamentos ou traços específicos, desconsiderando sua complexidade.
Estudos mostram que esses estereótipos podem impactar negativamente a percepção social e as oportunidades de pessoas com autismo, imagens equivocadas do autismo perpetuadas por mídias sociais e cultura popular podem contribuir para estigmas, dificultando o acesso a intervenções adequadas.
Preconceito Velado
Ao rotular comportamentos ou personalidades de maneira casual, sem compreensão ou intenção real de inclusão, acaba transformando um debate que deveria promover empatia em mais uma fonte de preconceito.
O diagnóstico de autismo deve ser conduzido por profissionais especializados, como psicólogos, neurologistas e psiquiatras. Esses especialistas utilizam ferramentas baseadas em evidências para assegurar que o diagnóstico seja preciso e reflita as necessidades do indivíduo.
Promover a consciência sobre o autismo significa, também, educar a população sobre sua diversidade e complexidade. A moda de autodiagnósticos e o uso indiscriminado de termos como “autista” precisam ser substituídos por um discurso mais embasado e respeitoso. Como sociedade, é de responsabilidade de todos combater estereótipos e preconceitos que prejudiquem a compreensão e a aceitação da neurodiversidade.
O Espaço Clínico Infinity trabalha diariamente com crianças e famílias neurodivergentes que sentem na pele como o preconceito e o desconhecimento afetam a busca por diagnóstico e intervenções com profissionais capacitados. Se tem dúvidas a respeito de seus comportamentos e hábitos, busque um profissional capacitado para lhe auxiliar nesse processo de autoconhecimento e descobertas.
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Fonte: Dourados News
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