O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em conversas com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para que ela assuma a Secretaria-Geral da Presidência da República, cargo atualmente ocupado por Márcio Macêdo. A mudança faz parte de uma reforma ministerial que deve ser iniciada após as eleições para o comando da Câmara e do Senado, na próxima semana. Gleisi, deputada federal pelo Paraná e uma das principais lideranças do PT, foi sondada por Lula em duas reuniões na semana passada.
Gleisi Hoffmann tem uma longa trajetória na política brasileira. Foi senadora, ministra-chefe da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e ocupou cargos em gestões petistas em nível municipal e estadual. Eleita deputada federal em 2018 e reeleita em 2022, ela preside o PT desde 2017. Sua atuação à frente do partido foi marcada por críticas à política econômica do governo, especialmente em relação ao arcabouço fiscal proposto por Fernando Haddad. Fora do partido, seu nome encontra muita resistência, que o presidente está disposto a ignorar.
Apesar de Gleisi negar que já tenha recebido um convite formal, a expectativa no Planalto e entre aliados de Lula é que ela assuma a Secretaria-Geral, pasta responsável pela articulação com movimentos sociais. Caso confirmada, a nomeação a colocaria no núcleo duro do governo, ao lado do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do secretário de Comunicação, Sidônio Palmeira. A entrada da deputada no governo também pode abrir espaço para mudanças em outras pastas. Uma das possibilidades é a substituição do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que poderia assumir a Saúde no lugar de Nísia Trindade. No entanto, há resistência dentro do governo em reduzir o número de mulheres no primeiro escalão, o que poderia ser atenuado com a nomeação de Gleisi.
A reforma ministerial também deve impactar a base aliada do governo. Lula busca recompor sua coalizão com vistas à sucessão presidencial de 2026, em um momento em que pesquisas apontam queda na aprovação de sua gestão. Nesse contexto, partidos como o PSD têm pressionado por maior espaço. Um dos nomes cotados é o do líder do PSD na Câmara, Antonio Brito, para o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente comandado pelo petista Wellington Dias. Além disso, há especulações sobre a possibilidade de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assumir o Ministério da Agricultura, hoje sob o comando do senador licenciado Carlos Fávaro (PSD). No entanto, o PSD, liderado por Gilberto Kassab, resiste à proposta, buscando uma configuração que preserve sua influência no governo.
A nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria-Geral da Presidência também deve influenciar a sucessão no comando do PT. O favorito de Lula para assumir a presidência do partido é Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP). A expectativa é que Gleisi e o atual líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), apoiem uma candidatura sem oposição de Edinho nas eleições internas, marcadas para julho de 2025. No entanto, há divergências dentro da legenda sobre a indicação de Edinho, especialmente entre a ala mais à esquerda da sigla, que pode lançar um nome alternativo.
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan News
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