Em nova investida, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na última quinta-feira (13) memorando com o objetivo de criar novas taxas para as importações de todos os países com as mesmas tarifas que são cobradas de exportadores americanos, aumentando os temores de uma guerra comercial global. A Casa Branca citou como exemplo dessa disparidade tarifária o etanol brasileiro.
As novas tarifas serão impostas individualmente, país por país, depois de estudo encomendado ao Departamento de Comércio, e devem entrar em vigor em 2 de abril. Segundo o jornal Washington Post, em conversa com jornalistas durante a semana Trump citou que seu país poderia vender mais carros para a Europa, motocicletas para a Índia e também carne e laticínios para o Brasil.
No caso do combustível renovável brasileiro, conforme a Casa Branca, “a tarifa dos Estados Unidos sobre o etanol é de apenas 2,5%”. “Mesmo assim, o Brasil cobra das exportações de etanol dos EUA uma tarifa de 18%. Como resultado, em 2024 os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, diz trecho de documento que acompanhou o memorando.
“A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. Mesmo assim, o Brasil cobra das exportações de etanol dos EUA uma tarifa de 18%. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, afirmou o presidente americano em documento divulgado após o anúncio do memorando sobre as tarifas recíprocas.
No ano passado, os EUA foram o segundo maior comprador do etanol brasileiro, atrás apenas da Coreia do Sul. O país, porém, tem reduzido suas compras do Brasil. Em 2024, importou 309,7 milhões de metros cúbicos de etanol brasileiro, o equivalente a 16,3% do total embarcado. Em 2019, esse mesmo volume havia sido de 1,1 bilhão de metros cúbicos, ou 63% do total, de acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
Há anos, os produtores e fabricantes americanos pressionam o Brasil para reduzir essa tarifa de importação. A taxa chegou a ser zerada no governo Bolsonaro, em 2022, mas foi retomada agora no governo Lula. O Brasil pede como contrapartida aumento do acesso do açúcar brasileiro ao mercado americano – hoje limitado a uma cota anual.
Depois do anúncio de ontem, ministros brasileiros voltaram a dizer que a disposição é de negociar com o governo americano, a exemplo da postura adotada depois que Trump anunciou sobretaxa de 25% para o aço e o alumínio.
Na prática, a decisão de Trump acaba com tarifas mais baixas sobre a maioria dos itens comprados pelos EUA, em uma política que permite que os americanos tenham acesso a produtos mais baratos de todo o mundo. Questionado se os preços desses itens podem subir, Trump respondeu que “um pouco no curto prazo”, mas que devem cair na sequência. “É justo para todos.”
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Victor Oliveira
Fonte: Jovem Pan News
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