O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu, nesta terça-feira (25), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, após uma breve reunião no Palácio do Planalto. Ela será substituída por Alexandre Padilha, atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, dando início à esperada reforma ministerial do governo. A decisão de Lula já era aguardada nos bastidores e ocorre em meio à queda de popularidade do governo. A mudança na Saúde tem como objetivo fortalecer a implementação de políticas públicas mais visíveis, como o programa Mais Acesso a Especialistas, que busca reduzir filas e ampliar exames e consultas especializadas pelo SUS.
A gestão de Nísia foi alvo de críticas de parlamentares e membros do governo, que apontavam a falta de uma “marca forte” na área da Saúde. A ministra também enfrentou pressão do centrão, interessado em ampliar seu controle sobre o orçamento da pasta, uma das mais robustas do governo. Em 2024, Nísia chegou a se emocionar e deixar uma reunião ministerial após ser cobrada por Lula para adotar uma postura mais firme. Em resposta, o presidente fez elogios públicos a ela, destacando sua dedicação. Contudo, as cobranças sobre a execução orçamentária do Ministério da Saúde continuaram ao longo do seu mandato.
A troca na Saúde faz parte de um movimento maior de reestruturação do primeiro escalão do governo. Com a saída de Padilha da Secretaria de Relações Institucionais, Lula deve promover novas mudanças para fortalecer a relação com o Congresso. A reforma também visa garantir governabilidade e apoio político para votações estratégicas, além de pavimentar alianças de olho nas eleições de 2026. A Saúde sempre foi um ministério disputado por partidos do centrão, devido ao grande volume de emendas parlamentares gerenciado pela pasta. Apesar da pressão, Lula decidiu manter um petista no comando, garantindo o controle da legenda sobre um setor considerado estratégico para sua gestão.
Horas antes da demissão, Nísia participou de um evento no Palácio do Planalto para anunciar um acordo para a produção de vacinas contra a dengue pelo Instituto Butantan. Durante a solenidade, ela fez um discurso de despedida e foi aplaudida por funcionários do Ministério da Saúde. No final da cerimônia, ao ser questionado por um jornalista sobre possíveis mudanças no ministério, Lula permaneceu em silêncio, mas já havia tomado a decisão de substituir a ministra. Poucas horas depois, a exoneração foi confirmada. Com essa troca, o governo espera imprimir um novo ritmo na gestão da Saúde e melhorar sua imagem junto ao eleitorado, em um momento em que busca consolidar alianças e recuperar popularidade.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan News
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