Sexta-feira, Fevereiro 28, 2025
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Libertadores, uma ode aos centroavantes veteranos

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Em um ritmo de jogo cada vez mais dinâmico, onde os jogadores, além das suas funções originais, também precisam preencher espaços, recompor defensivamente e participar com e sem a bola, os centroavantes veteranos perderam espaços nos clubes de elite. Mas não em todos os campos mundo afora: ainda existem gramados onde o faro de gol continua valorizado mesmo após a idade avançada.

Os clubes com menores poderes financeiros continuam apostando na figura do “homem-gol”. Nos periféricos da América do Sul, a presença de velhos conhecidos do futebol brasileiro e internacional segue com cadeira cativa.

Na fase de pré-Libertadores, o quarentão Hernán Barcos chamou a responsabilidade na Bombonera e colocou o Alianza Lima na segunda fase da disputa. O centroavante, com passagens por Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro marcou três gols nesta edição da Liberta e se tornou o jogador com mais gols anotados no torneio após atingir os 40 anos.

Além do Pirata, o Alianza Lima também conta com uma opção no banco, que preenche todos os requisitos de um tradicional centroavante. O peruano Paolo Guerrero, aos 41 anos, mantém o faro apurado e tem cinco gols marcados em 12 jogos desde que retornou ao clube.

Ainda na fase preliminar, o Corinthians espera para enfrentar outro nome de destaque no cenário europeu em outrora, que buscou refúgio em terras latinas. Aos 36 anos, Felipe Caicedo, ex-Manchester City, Internazionale e Lazio, se tornou a esperança de gols para o Barcelona de Guayaquil na temporada.

Nomes como Hugo Rodallega, no Santa Fé, Enrique Triverio, no The Strongest, Edson Puch, no Deportivo Iquique, e Edinson Cavani, no Boca Juniors, são outros que também apareceram na Pré-Libertadores e continuam titulares absolutos apesar da idade avançada.

Embora exista espaço democrático aos veteranos por todo o mercado sul-americano, o futebol paraguaio continua como um templo que saúda os camisas 9. Os lendários Roque Santa Cruz, com 43, e Óscar “Tacuara” Cardozo, com 41, dividem a posição no Libertad e sustentam a média de quarenta jogos por temporada há mais de um século.

No lado do Olimpia, os argentinos dão sequência à tradição e valorização dos centroavantes. Lucas Pratto e Darío Benedetto deixaram grandes clubes argentinos desvalorizados e foram acolhidos em solo paraguaio.

A coluna não poderia encerrar sem uma menção honrosa ao Junior Barranquilla e ao Millonários. Os dois clubes serão ausências na Libertadores deste ano, mas terão na Copa Sul-Americana à sua disposição a experiência de Téo GutiérrezCarlos Bacca e Falcao Garcia

Embora pouco valorizada nos dias atuais, a profissão centroavante continua e continuará com vagas abertas aos veteranos com faro de gols intermináveis. Certa vez, o escritor uruguaio Eduardo Galeano, no livro Futebol ao Sol e à Sombra, sintetizou os ídolos e os atacantes como:

“A bola o procura, o reconhece, precisa dele. No peito de seu pé, ela descansa e se embala. Ele lhe dá brilho e a faz falar, e neste diálogo entre os dois, milhões de mudos conversam. Os Zé Ninguém, os condenados a serem para sempre ninguém, podem sentir-se alguém por um momento, por obra e graça desses passes devolvidos num toque, esses golaços de calcanhar ou de bicicleta: quando ele joga o time tem doze jogadores”.

Fonte: Ogol

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