Rivais centenários na Espanha, Atlético de Madrid e Real Madrid fazem jogos decisivos na Liga dos Campeões desde 1959. De lá para cá, os personagens mais marcantes foram quase sempre merengues, já que as vitórias quase sempre vestiam blanco. Em 2025, o Atleti tem a chance de escrever uma nova página na história do dérbi, com dois candidatos a heróis que são decisivos para a boa temporada que fazem os Colchoneros.
O dérbi de Madri acontece desde 1904, com o primeiro encontro um amistoso em 28 de fevereiro daquele ano, vitória merengue por 4 a 0. No ano seguinte, primeiro duelo oficial, empate em 1 a 1. As equipes só se enfrentaram por La Liga pela primeira vez em 1929, vitória do Real por 2 a 1, dois gols de Triana.
Recentemente, o dérbi alcançou a edição número 300, com 154 vitórias do Real Madrid e 74 do Atlético, com 73 empates. Chegaremos a 301 jogos justamente na Liga dos Campeões, onde o retrospecto também é favorável aos Merengues.
Para muitos, o Real Madrid das décadas de 1950 e 1960 foi um dos maiores da história. E é difícil discordar, quando falamos de um time que tinha Santamaría, Gento, Di Stéfano e Puskás. Só que o Atleti tentava fazer frente.
Entre 1960 e 1970, o Real Madrid conquistou o Campeonato Espanhol oito vezes. O único clube a também levantar a taça naquela década? O Atlético de Madrid, por duas vezes.
Na Copa dos Campeões da Europa, o Real Madrid já havia sido campeão em 1955/56, 1956/57 e 1957/58. Para conquistar o tetracampeonato em 1959, precisava deixar pelo caminho na semifinal justamente o Atlético de Madrid.
Os Colchoneros haviam trazido do Brasil o campeão mundial de 1958, Vavá, contratado junto ao Vasco, e tinham, ainda, o ídolo Enrique Collar, que começou a assumir a braçadeira de capitão naquela temporada. Eram um time perigoso, que passou sem sustos por CSKA Sofia e Schalke 04.
O Real, que havia chegado nas semifinais após deixar para trás o Wiener SC, venceu o primeiro jogo da semifinal por 2 a 1, com gol decisivo de pênalti de Puskás. No jogo de volta, vitória colchonera com gol decisivo de Enrique Collar.
Foi necessário um terceiro jogo, Collar até deixou o dele, mas Puskás e Di Stéfano garantiram o Real na decisão. O título veio contra o Reims, depois de deixar os rivais da capital no caminho.
Temos de avançar muitas décadas até um novo encontro entre Atlético e Real na Champions. Na final de 2014, novamente os personagens vestiam blanco. Apesar de o Atleti ter ficado a um minuto do troféu: Sergio Ramos empatou o jogo já aos 48 do segundo tempo, de cabeça. Na prorrogação, Bale, em um gol inesquecível, Marcelo e Cristiano Ronaldo decretaram o título merengue.
Depois de eliminar os Colchoneros nas quartas de 2015, com gol do improvável herói Chicharito Hernández, de breve passagem em Madri, o Real voltou a vencer uma final diante do rival em 2016.
Sergio Ramos marcou de novo na decisão, só que dessa vez quem buscou empate foi Ferreira-Carrasco. O carrasco, no fim, foi Cristiano Ronaldo, que viu Juanfran acertar o poste para, em seguida, decretar o título merengue.
O título da Undécima chegou a fazer Diego Simeone repensar a sequência no Atleti, mas o técnico permaneceu para, no ano seguinte, “apanhar” de novo para o rival. Com um hat-trick de Cristiano Ronaldo, o Real Madrid encaminhou vaga na final com vitória por 3 a 0 no Santiago Bernabéu. Na volta, os Rojiblancos chegaram a abrir 2 a 0, mas Isco descontou e mais uma vez o Real deixou o rival no caminho.
Ainda com Diego Simeone no banco de reservas, o Atlético tem alguns remanescentes dos últimos duelos de Champions. Oblak no gol, Giménez na defesa, Koke no meio, Ángel Correa na frente e… Antoine Griezmann.
Assim como Simeone, Griezmann precisou se reinventar em Madri. Na temporada 2024/25, apresenta uma de suas melhores versões, em uma dupla de ataque fatal com Julián Álvarez, contratado junto ao Manchester City.
Atuando em 4-4-2, Simeone tem usado alas muito eficientes pelos flancos, geralmente Samuel Lino e Giuliano Simeone. Na frente, Griezmann e Álvarez se completam, com muita movimentação. Antoine costuma recuar muito para ser referência criativa por dentro, o que dá espaço para infiltrações dos alas e até de Julián.
Na atual temporada, em 38 jogos, Griezmann tem 16 gols e 7 assistências, enquanto Álvarez soma 21 gols e 5 assistências. Números que deixam ambos como candidatos a novos protagonistas no dérbi pela Champions.
Por outro lado, Mbappé parece ter engrenado na temporada e, com 28 gols e 5 assistências, também tenta deixar seu nome na história do clássico. Com a ajuda de luxo de Vinícius Júnior, Rodrygo e Jude Bellingham, claro.
No Campeonato Espanhol, o Atlético é vice-líder, com 56 pontos, a um do líder Barcelona e com dois de vantagem para os Blancos. O clássico da Champions promete ser um divisor de águas na temporada.
Fonte: Ogol
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