Domingo, Março 16, 2025
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Um campeão destroçado

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Do fim do jejum de títulos nacionais à pior arrancada de um campeão. Da temporada com duas finais de copas e uma conquista nos pontos corridos para uma campanha vexatória sem nenhum gol marcado. O Vélez Sarsfield perdeu peças importantes e o seu DNA, e protagoniza um início de 2025 da pior maneira possível.

O Fortinero tem apenas dois pontos somados em oito rodadas do Apertura. Lanterna absoluto do Grupo B, o Vélez ainda não conseguiu sequer marcar um gol na competição e amarga a quarta pior defesa com 13 gols sofridos.

Na última partida, o artilheiro da temporada passada, Braian Romero, chegou a balançar as redes e acabar com o jejum, mas o gol acabou anulado pelo VAR e abriu o caminho para mais uma derrota do Vélez. No José Amalfitani, o Vélez conheceu a sexta derrota em oito jogos e perdeu para o Huracán, por 2 a 0.

O novo revés custou o emprego do técnico Seba Domínguez, substituto de Gustavo Quinteros, atualmente no Grêmio. O inexperiente treinador argentino assumiu o Vélez no seu segundo trabalho como técnico, após passagem pelo Tigre, e permaneceu apenas dois meses no cargo.

A temporada do clube de Buenos Aires só não foi ainda mais desastrosa pela única vitória conquistada no ano. Antes de encarar o Huracán, o Vélez arrancou uma vitória sofrida diante do Ferrocarril Midland, em casa, com um gol solitário de pênalti nos minutos finais, e impediu uma eliminação na primeira fase da Copa da Argentina.

Acúmulo de erros

A temporada 2025 do Vélez contrasta com o ano vitorioso do clube argentino em 2024. Na campanha que tirou o clube da fila de títulos nacionais, o Fortínero terminou como dono do segundo melhor ataque da competição, com 38 gols, e a defesa menos vazada, com 16 gols sofridos.

Sob o comando de Gustavo Quinteros, o time também mostrou a sua força nas copas e chegou à decisão da Copa Argentina e da Copa da Liga. No entanto, diferente do resultado nos pontos corridos, o Vélez saiu derrotado em ambas as finais, para Estudiantes e Central de Córdoba.

A temporada inspirada do clube, após uma década sem títulos, deixou o torcedor do bairro de Liniers esperançoso para mais um ano de festas. O cenário, porém, virou desanimador nos primeiros meses do ano.

Após o título, o Vélez sofreu um desmanche e empilhou episódios negativos. O primeiro a passar pela porta de saída foi justamente o comandante do Fortín, Gustavo Quinteros. Embora o desejo de permanecer no clube, o técnico boliviano não ouviu da diretoria uma garantia de reforços para a Libertadores, nem a manutenção das peças principais do título nacional.

A postura do clube abriu o caminho para Quinteros ouvir propostas e aceitar o convite para assumir o Grêmio nesta temporada. Em Porto Alegre, o técnico demorou, mas recebeu os reforços exigidos, entre eles dois dos maiores investimentos já feitos pelo clube gaúcho (Wagner Leonardo e Cristian Oliveira).

O Vélez também perdeu nomes fundamentais para o DNA da equipe, não em quantidade, mas em qualidade. Dono do meio-campo e principal nome da conquista, Claudio Aquino deixou o time argentino sem custos e rumou para o Colo-Colo.

Além do seu camisa 10, o Fortínero também se envolveu em uma novela com a sua principal revelação. O zagueiro Valentín Gómez começou o ano cotado para reforçar o Cruzeiro, mas, após uma longa negociação, acabou permanecendo na Argentina.

Nos últimos dias da janela, o Vélez voltou atrás e aceitou vender a joia com o futebol europeu e, desta vez, quem atrapalhou a negociação foi a Udinese. O clube italiano não pagou os argentinos e nem conseguiu inscrever Valentín Gómez e frustrou as tratativas.

O zagueiro ficou inclusive abandonado na cidade italiana e precisou treinar em praças públicas para diminuir o prejuízo físico. Nesta semana, Gómez voltou para Buenos Aires, foi reintegrado ao elenco do Vélez e deverá ser utilizado até a próxima janela. Porém, o prejuízo ficou para a joia que perdeu a chance de ser convocado por Lionel Scaloni para defender a seleção.

O retorno tardio da joia não resolve todos os problemas defensivos do Vélez. No início da temporada, o clube argentino perdeu outro jovem destaque, desta vez por lesão. O lateral titular, Joaquín Garcia, sofreu uma lesão nos ligamentos e virou mais um desfalque para o time nesta temporada.

Os desfalques, a bruxa solta e um planejamento em ruínas assombram o Vélez em um ano de retorno à Libertadores. Com a volta do rebaixamento neste ano, o Fortínero vive uma crise que parece não ter fim e liga o sinal de alerta para a queda

A nova esperança do clube deverá ser a aposta em Guillermo Schelotto. O experiente técnico, ex-Boca Juniors e Lanús, tem negociações avançadas para assumir o Vélez e tentar tirar o time da crise.

Fonte: Ogol

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