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10 de março: o dia em que Emanuelle vive na educação que protege ciclistas

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10 de março: o dia em que Emanuelle vive na educação que protege ciclistas

O trânsito pode ser um espaço de convivência ou um campo de risco. A diferença entre um e outro está na forma como cada um ocupa a rua. Para os ciclistas, que compartilham as vias com veículos motorizados, a segurança depende tanto do comportamento dos motoristas quanto do respeito às regras que garantem uma circulação mais segura.

No dia 10 de março, Mato Grosso do Sul celebra o Dia Estadual de Conscientização e Proteção ao Ciclista, criado pela Lei Estadual nº 5.683/2021, conhecida como Lei Emanuelle, em homenagem a Emanuelle Aleixo Gorski. Mais do que um marco no calendário, a data reforça a necessidade de ações educativas para reduzir acidentes e salvar vidas.

A proposta, defendida pelo deputado Renato Câmara, vai além da lembrança: na próxima sessão legislativa, que ocorre nesta quarta-feira, ele irá solicitar ao Governo do Estado, à Secretaria de Justiça e Segurança Pública e ao DETRAN/MS a criação de uma campanha estadual de conscientização, para que o respeito aos ciclistas se torne um compromisso coletivo.

O que o ciclista precisa saber para pedalar com segurança

A segurança no trânsito começa pelo conhecimento das regras que protegem os próprios ciclistas. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece normas que garantem uma circulação mais segura, reduzindo os riscos de acidentes. Entre elas, estão:

Ciclistas que trafegam a mais de 25 km/h devem utilizar a via em fila indiana,

Uso adequado de ciclovias e ciclofaixas: sempre que disponíveis, esses espaços devem ser priorizados pelos ciclistas, reduzindo a necessidade de compartilhamento com carros e motos.

Proibição da circulação de veículos motorizados em espaços destinados a bicicletas, garantindo a integridade de quem pedala e respeitando o espaço exclusivo para essa modalidade de transporte.

Uso de equipamentos obrigatórios, como iluminação e campainha, conforme o artigo 105 do CTB.

A Lei Emanuelle não é apenas um instrumento jurídico, mas um símbolo da transformação que a educação pode gerar no trânsito. A proposta de Renato Câmara para uma campanha estadual de conscientização busca garantir que motoristas e ciclistas conheçam as regras e compreendam a importância do respeito mútuo.

Entre as diretrizes da campanha, destacam-se: manter a distância mínima de 1,50m ao ultrapassar ciclistas, evitando situações de risco; Reduzir a velocidade ao passar por ciclistas, garantindo maior segurança no trânsito; Priorizar o direito dos ciclistas sobre veículos motorizados, conforme o artigo 29 do CTB; Evitar manobras agressivas, como fechadas e conversões bruscas, que podem colocar ciclistas em perigo.

O Instituto Emanuelle e o Movimento Bike Viva, criados por Andreia Aleixo, mãe de Emanuelle Aleixo Gorski, mostram que a conscientização pode ir além das leis. Essas iniciativas vêm promovendo palestras, eventos e mobilizações para debater melhorias na segurança dos ciclistas e incentivar um trânsito mais humanizado.

Dados do Detran/MS mostram que, em 2024, foram registrados 665 acidentes envolvendo bicicletas no estado, com 10 mortes. Mais do que números, esses dados evidenciam a urgência de transformar a educação no trânsito em uma política de Estado.

No dia 10 de março, Emanuelle vive na consciência de cada motorista que reduz a velocidade, no ciclista que respeita as regras, no pedestre que compreende a importância de um trânsito mais seguro para todos. Seu legado não está na tragédia, mas na educação que pode salvar vidas e transformar as cidades em espaços de convivência mais justos e respeitosos.

Fonte: Dourados News

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