Sexta-feira, Março 21, 2025
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Ex-Vasco, Zé Vitor brilha em 2025 como carrasco dos grandes no Rio

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Carrasco de Botafogo, Vasco e Flamengo no Campeonato Carioca, Zé Vitor leva consigo muito mais do que o feito de ter marcado contra os três clubes em 2025. Desde a saída de Paulo Afonso, pequeno município no norte da Bahia, até o destaque no Boavista no estadual, com cinco gols marcados, o jogador de 26 anos já carrega uma grande história.

Quando ainda era uma criança, Zé Vitor sonhava em ser jogador de futebol. Foi por lá que começou, com testes em Bahia e Vitória, mas não foi na terra natal que ele teve sucesso. A saída foi tentar a sorte em outro estado, há mais de 300 quilômetros de casa, no Sergipe. Foi vestindo as cores do Estanciano que Zé começou a brilhar.

O desempenho pelo clube sergipano em 2017 chamou a atenção do Atlético Tubarão, uma equipe de empresários que, entre 2018 e 2019, negociou alguns atletas com o exterior, como foi o caso de Neto Borges, hoje no Middlesbrough. O lateral foi jogar na Suécia e Zé Vitor, um ano mais tarde, o acompanhou no frio futebol europeu.

“Para mim, foi uma mudança muito radical, porque eu tava morando no calor do Nordeste e do nada eu vou pra Suécia, onde estava fazendo – 2º. Experiência muito incrível que eu tive. Eu me amadureci muito, tanto como pessoa quanto como atleta também, porque eu vi que muitas das vezes o nosso futebol fica muito abaixo dos europeus. Eu não falo na questão de técnica, essas coisas, eu falo mais na questão de disciplina”, pontuou o jogador em entrevista para oGol.

Foi pouco menos de um ano do atleta no futebol sueco até voltar ao Tubarão, ao fim do período de empréstimo, em 2020. Ele disputou o Campeonato Catarinense no clube e, na sequência da temporada, foi ser reforço do Marcílio Dias. E foi lá que o atleta viveu fase goleadora nas três temporadas que vestiu azul e vermelho.

Com a camisa do Marcílio Dias em 2020, Zé Vitor disputou a Série D, quando a equipe parou nas quartas de finais e por pouco não conquistou o acesso à terceira divisão nacional. Na trajetória daquela competição, os catarinenses passaram pela Ferroviária na primeira fase de mata-mata. A equipe paulista tinha a segunda melhor campanha geral e, para o confronto de volta em Araraquara, viu o rival sulista ficar sem 18 atletas por conta de Covid-19. Mesmo com todas as adversidades, a “Batalha da Fonte Luminosa”, como o próprio apelidou, teve um fim feliz aos visitantes.

“O time da Ferroviária naquele ano era um time astronômico. Tinha Thiago Marques, Anderson Salles, Saulo. Os caras entraram numa soberba contra nós, nós só estávamos com 12 jogadores. Eles achavam que iam passar o carro por cima da gente, mas a gente entrou com a faca nos dentes. Depois daquela vitória nossa, nós nos enchemos demais (de expectativa)”, disse o atleta.

Depois de mais destaque pelo Marcílio Dias, incluindo no Campeonato Catarinense em 2021, Zé Vitor foi emprestado para o Ituano, onde, mais tarde, seria campeão da Série C com a camisa rubro-negra. Apesar do título, o atleta teve poucas oportunidades: foram dez jogos e apenas um gol marcado. Mesmo assim, o jogador julga como “um dos melhores elencos” de sua carreira, ao lado de nomes como Gerson Magrão e treinado por Mazola Júnior.

Com a medalha de campeão da Série C, Zé Vitor retornou à Santa Catarina para 2022, quando viveu uma das melhores fases de sua carreira. Vice-artilheiro do estadual com nove gols marcados em 12 partidas, o centroavante tinha tudo acertado para defender o Vila Nova na Série B ao fim do estadual. Eis que apareceu o Vasco como futuro destino, um convite irrecusável para o atleta.

“Meu empresário foi e ligou e falou: ‘cancela isso aí, o Vasco quer levar você’. Eu falei ‘não é possível’. Nem os meus melhores sonhos eu imaginaria receber a proposta do Vasco, um clube com tamanha grandeza. Não caiu a ficha pra mim, eu não tinha outro sentimento a não ser aquela alegria,. É surreal demais para mim, sabe, e eu sou muito grato”, pontuou o atacante.

A realidade, porém, é que o tempo de Zé Vitor no Vasco foi duro. Foram apenas cinco jogos desde que chegou a São Januário, em abril de 2022, até sua saída, ao fim de janeiro de 2023. Com sentimento de gratidão pela oportunidade e pelas parcerias, como foi com Nenê e Anderson Conceição, Zé Vitor não guarda remorsos dessa época.

“Eu não culpo ninguém , porque é muito fácil. Eu sempre me dei bem com o Zé Ricardo, com o Jorginho, com o Mauricio de Souza, sem falar que depois de um jogo contra o Criciúma, os caras me afastaram, sem motivo nenhum. E daí eu recebo uma proposta do Passos de Ferreira, já duas semanas depois. O Vasco não me liberou de forma alguma”, completou.

No começo de fevereiro de 2023, Zé Vitor viajou para Portugal para atuar no Feirense, por empréstimo do Vasco. Depois da outra passagem pelo futebol europeu, naquele tempo de Suécia, o atacante percebeu grandes diferenças com o futebol brasileiro e voltou a manifestar seu desejo de, algum dia, voltar a jogar em solos europeus.

“A disciplina dos jogadores (a principal diferença), o profissionalismo. Muda muito, mas muito mesmo, de verdade. A questão de habilidade, de qualidade técnica, os brasileiros estão acima, mas a questão de disciplina, questão de tática, é com eles. Não é à toa que você vê treinadores estrangeiros dominando o nosso futebol. Como Renato Paiva, Artur Jorge, o Luís Castro”, disse Zé.

Passada a curta experiência em Portugal e outro empréstimo no Londrina, todos em 2023, o contrato do centroavante com o Vasco se encerrou e apareceu o Ypiranga como destino. Foi uma temporada inteira no clube de Erechim, a primeira em toda a carreira profissional que o jogador teve estabilidade e atuou por apenas um clube no ano. Foram 12 gols marcados em 34 jogos e um quase acesso à Série B, mas os gaúchos pararam no quadrangular final.

“Foi uma das melhores temporadas (da carreira). O Ypiranga foi um clube que me abriu as portas, eu sou muito grato ao Ypiranga. Apesar de a gente não ter conseguido o acesso, em questões pessoais eu fui muito feliz. Briguei pela artilharia do Gaúcho, briguei pela artilharia da Série C. Fico feliz em ter ido bem na Série C porque hoje eu tenho porta aberta nos clubes da Série C, por exemplo”, continuou dizendo.

Depois da experiência no Rio Grande do Sul, Zé Vitor voltou ao Rio de Janeiro, mas agora para vestir branco e verde no Boavista. E foi quando o jogador voltou aos holofotes nacionais: foram cinco gols em 14 jogos, sendo três contra os grandes do estado, frente a Vasco, Flamengo e Botafogo. Um Cariocão para não esquecer mais.

“Fui muito feliz (no Boavista). Para mim é um mix de muitas coisas, sensações extraordinárias que eu vivi diante de ter feito gols contra esses três grandes. Fico triste por a gente não ter alcançado nossos objetivos. Um clube que podia ter chegado nas finais, mas por conta de muitas oscilações nossas, onde a gente teve mais empates do que vitórias, não deu. Mas a avaliação que eu tenho é que a gente faz o que estava ao nosso alcance”, finalizou.

O contrato do atacante com o clube carioca chegou ao fim após o término do Campeonato Carioca, com a eliminação nas semifinais da Taça Rio para o Sampaio Corrêa. A certeza que fica é que o nome de Zé Vitor será ventilado em alguns clubes, mas ainda sem um futuro específico desenhado…

Fonte: Ogol

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