Ações de Israel ameaçam ‘a capacidade futura’ dos palestinos de viver em Gaza, diz ONU

A woman sits by as a man places the shrouded body of one of the victims killed in Israeli bombardment in the bed of a horse-drawn cart at the Ahli Arab hospital, also known as the Baptist hospital, in Gaza City on March 18, 2025. Israel on March 18 unleashed its most intense strikes on the Gaza Strip since a January ceasefire, with rescuers reporting 220 people killed, and Hamas accusing Benjamin Netanyahu of deciding to

Alto Comissariado de Direitos Humanos denuncia bombardeios contra civis e alerta para possível crime de guerra

As operações militares de Israel na Faixa de Gaza estão levantando sérias preocupações sobre a possibilidade de sobrevivência dos palestinos como grupo no território, afirmou nesta sexta-feira (11) a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, em coletiva de imprensa em Genebra.

“A morte, a destruição, os deslocamentos, a negação de acesso às necessidades básicas e a ideia repetida de que os habitantes de Gaza devem deixar completamente o território são sinais alarmantes”, declarou. Segundo ela, o órgão elevou o nível de alerta devido ao efeito cumulativo das ações israelenses.

O Alto Comissariado denunciou ainda o impacto dos bombardeios israelenses nas últimas semanas, destacando que grande parte das vítimas são mulheres e crianças. Entre 18 de março e 9 de abril de 2025, foram registrados 224 ataques a edifícios residenciais e abrigos para deslocados. Nos 36 ataques confirmados pelo órgão, todas as vítimas eram mulheres e crianças.

Alerta de crimes de guerra

A ONU também chamou atenção para ataques e assassinatos de jornalistas palestinos, reforçando que alvos civis não envolvidos diretamente nas hostilidades não podem ser atacados, e que isso configura crime de guerra.

Outro ponto de crítica é o bloqueio à Faixa de Gaza nas últimas seis semanas. O Alto Comissariado destacou que o bloqueio, somado a declarações de autoridades israelenses que condicionam a entrada de ajuda humanitária à libertação de reféns do Hamas, pode configurar punição coletiva e até mesmo uma tentativa de famélica extermínio — ambos considerados crimes segundo o direito internacional.

A situação em Gaza continua a atrair a atenção internacional devido à grave crise humanitária, com o aumento do número de mortos, deslocados e a escassez de recursos básicos.

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