Alto Comissariado de Direitos Humanos denuncia bombardeios contra civis e alerta para possível crime de guerra
As operações militares de Israel na Faixa de Gaza estão levantando sérias preocupações sobre a possibilidade de sobrevivência dos palestinos como grupo no território, afirmou nesta sexta-feira (11) a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, em coletiva de imprensa em Genebra.
“A morte, a destruição, os deslocamentos, a negação de acesso às necessidades básicas e a ideia repetida de que os habitantes de Gaza devem deixar completamente o território são sinais alarmantes”, declarou. Segundo ela, o órgão elevou o nível de alerta devido ao efeito cumulativo das ações israelenses.
O Alto Comissariado denunciou ainda o impacto dos bombardeios israelenses nas últimas semanas, destacando que grande parte das vítimas são mulheres e crianças. Entre 18 de março e 9 de abril de 2025, foram registrados 224 ataques a edifícios residenciais e abrigos para deslocados. Nos 36 ataques confirmados pelo órgão, todas as vítimas eram mulheres e crianças.
Alerta de crimes de guerra
A ONU também chamou atenção para ataques e assassinatos de jornalistas palestinos, reforçando que alvos civis não envolvidos diretamente nas hostilidades não podem ser atacados, e que isso configura crime de guerra.
Outro ponto de crítica é o bloqueio à Faixa de Gaza nas últimas seis semanas. O Alto Comissariado destacou que o bloqueio, somado a declarações de autoridades israelenses que condicionam a entrada de ajuda humanitária à libertação de reféns do Hamas, pode configurar punição coletiva e até mesmo uma tentativa de famélica extermínio — ambos considerados crimes segundo o direito internacional.
A situação em Gaza continua a atrair a atenção internacional devido à grave crise humanitária, com o aumento do número de mortos, deslocados e a escassez de recursos básicos.




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