Fim do fenômeno pode mudar distribuição das chuvas no Brasil; previsões para os próximos meses ainda são incertas
A Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) confirmou nesta quinta-feira (10) que o fenômeno climático La Niña chegou ao fim. Segundo o órgão, o Oceano Pacífico apresentou condições de neutralidade em março, encerrando oficialmente a atuação do fenômeno.
De acordo com a empresa de meteorologia Climatempo, essa neutralidade — chamada de fase neutra — ocorre quando não há influência nem de La Niña nem de El Niño no clima global. “As temperaturas do mar, que estavam abaixo da média na região central do Pacífico, voltaram ao normal, o que indica o fim da La Niña”, explicou a Climatempo. Mudanças observadas nos ventos e na cobertura de nuvens também confirmaram essa transição.
Fase neutra deve continuar por mais alguns meses
Segundo o novo boletim da NOAA, há mais de 50% de chance da fase neutra se manter até o trimestre entre agosto e outubro. Porém, os modelos climáticos ainda apontam incertezas para o segundo semestre. A Climatempo estima 38% de probabilidade de retorno da La Niña e menos de 20% de chance de um novo El Niño, mas ressalta que esta época do ano costuma ser a mais difícil para previsões climáticas confiáveis.
O próximo boletim atualizado da NOAA será divulgado no dia 8 de maio e poderá trazer uma visão mais clara sobre a evolução das condições oceânicas e atmosféricas.
Efeitos no clima do Brasil
O fim da La Niña pode alterar o padrão de distribuição das chuvas no Brasil. Durante a atuação do fenômeno, o Sul do País costuma registrar tempo mais seco, enquanto Norte e Nordeste têm mais chuvas. Com a transição para a fase neutra, esse padrão começa a perder força, tornando o clima mais instável e imprevisível.
“A região Sul, por exemplo, pode passar a ter alternância mais frequente entre períodos de chuva e seca”, informou a Climatempo. Por outro lado, a expectativa é de leve redução das chuvas nas regiões Norte e Nordeste nos próximos meses.
O La Niña é caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, principalmente nas porções central e leste. Esse fenômeno altera ventos, pressão atmosférica e padrões de chuva. Enquanto anos de La Niña tendem a ser mais frios, os anos sob influência do El Niño são geralmente mais quentes — embora o avanço das mudanças climáticas tenha interferido na previsibilidade e intensidade desses fenômenos.




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