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Curta-metragem indígena feito em MS estreia em festival no Rio de Janeiro

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Curta-metragem indígena feito em MS estreia em festival no Rio de Janeiro

O curta-metragem VÍPUXOVOKU – ALDEIA, idealizado por Anderson da Silva Rondoura Arantes, conhecido como Anderson Terena, de 32 anos, morador da Aldeia Água Bonita em Campo Grande, será exibido pela primeira vez no 34º Festival Curta Cinema, no Rio de Janeiro.

A estreia está marcada para o dia 29 de abril, às 15h, integrando a programação do evento que ocorre entre os dias 23 e 30 deste mês.

O curta foi selecionado entre 4.600 inscrições de 160 países, sendo um dos 156 filmes escolhidos para compor a mostra oficial do festival, que é um dos mais tradicionais do país voltado ao cinema de curta-metragem.

A trajetória do filme teve início em uma conexão inesperada. “Minha tia é porteira no prédio onde o Dannon mora, um dia eles estavam conversando e ela falou sobre mim, que tinha um sobrinho que organizava eventos na comunidade. Depois dessa conversa deles o Dannon foi me conhecer pessoalmente”, contou Anderson ao Dourados News.

A ideia do filme surgiu a partir desse primeiro encontro com o diretor Dannon Lacerda, que também assina o roteiro ao lado de Anderson. O objetivo era retratar a vida nas aldeias urbanas, realidade pouco explorada no audiovisual.

“Existem muitos filmes sobre comunidades afastadas, mas as comunidades indígenas urbanas são pouco retratadas, principalmente aqui no Mato Grosso do Sul mesmo sendo um dos Estados com a maior população indígena do país”, destacou.

As gravações começaram em 11 de julho de 2024, com a participação ativa da comunidade da Aldeia Água Bonita, que é formada por famílias das etnias Terena, Guarani, Kaiowá, Kadiwéu e Guató, localizada na região norte de Campo Grande. Anderson relembra o desafio de envolver os moradores na produção.

“A primeira coisa que eu pensei foi em convidar a minha aldeia inteira para participar, alguns toparam logo de cara, outros pela timidez foram impedidas de participar. Depois fomos para as aulas de interpretação e atuação e conseguimos gravar.”

Mesmo com os obstáculos financeiros e as dificuldades climáticas, como o frio durante as filmagens, a produção foi concluída com o apoio direto da equipe técnica, que ganhou o carinho da comunidade. “Vi essa equipe como uma família, no último dia da gravação já acordei chorando imaginando que seria o último dessa família reunida”, disse.

O anúncio da seleção para o festival emocionou o idealizador. “Foi emocionante e até chorei com a notícia. Na hora comuniquei a aldeia inteira. Significa o reconhecimento de um longo trabalho onde eu pude contar com pessoas incríveis para construir algo tão importante para Campo Grande, para as aldeias urbanas e principalmente para o Brasil.”

O filme, segundo Anderson, é também uma ferramenta de conscientização. “Acho que a mensagem do filme é que as pessoas tomem conhecimento das diversas realidades das aldeias urbanas de Campo Grande e das diversas dificuldades que enfrentamos, e também como o poder público e as pessoas poderiam fazer para nos ajudar.”

Após a estreia no Rio, o curta já foi inscrito em outros festivais, incluindo o Bonito Cinesur, previsto para julho. Anderson afirma que novos projetos estão a caminho. “Estou muito empolgado com esse filme e acho que temos realidades e histórias o suficiente para criar novos projetos”, finaliza.

Fonte: Dourados News

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