Depois de a USL ter anunciado, pela primeira vez na história dos esportes da América do Norte, um sistema de rebaixamento e promoção, a Major League Soccer respondeu com a projeção de uma mudança no calendário e no formato da liga.
Se por um lado a United Soccer League, liga paralela à MLS que abriga times dos Estados Unidos e que em breve terá três divisões, tenta “roubar” uma fatia de mercado da liga mais famosa, os comissários da MLS se reuniram nos últimos dias tentando encontrar uma resposta.
Com a proximidade da Copa do Mundo na América do Norte, fomentou-se uma discussão mais ampla em Canadá e Estados Unidos sobre o isolamento dos países futebolísticamente do resto do mundo. Tanto em termos de calendário, quanto em formatos de disputa.
Nos esportes norte-americanos, sabemos, não há divisões, mas sim ligas paralelas. Ou seja: ninguém é rebaixado e todas as equipes estão sempre garantidas na temporada seguinte. Mudanças ocorrem só em casos de expansão das ligas, com a chegada de novas equipes “franqueadas” representando alguma região que a liga quer atingir.
Na atual temporada da MLS, por exemplo, o San Diego é a grande novidade, e a promessa dos comissários é que a expansão não pare por aí. Embora uma liga com 30 equipes já indique certa saturação, no mínimo esportiva, mas também em termos de calendário.
Enquanto ainda estuda novas franquias (o que significa sempre novas fontes de receitas para a liga), a MLS planeja a maior reformulação em sua história. Em comunicado para a imprensa, a liga indicou que nos próximos anos podem haver mudanças no calendário, com a adequação ao calendário europeu, e também no formato, que segue o de outras ligas norte-americanas, como a NBA, a MLB e a NHL, no formato de playoffs (como foi o Brasileirão por algum tempo, até 2002).
“A proposta de mudança de calendário faria a liga começar, na temporada regular, no final de julho ou início de agosto, sendo jogada até a metada de dezembro, parar por cinco semanas e depois voltar em fevereiro para ser concluída em maio ou início de junho”, lê-se na nota divulgada.
A adequação ao calendário europeu segue o exemplo do futebol russo, que, por conta do rigoroso inverno, para entre dezembro e fevereiro, piores meses da estação. O modelo norte-americano teria um winter break mais curto, de cinco ou seis semanas.
A liga confirmou também de forma oficial que estuda a alteração da mudança do formato de playoffs, indicando uma possível alteração para o modelo de pontos corridos, como nas principais ligas do mundo. Essa parte da discussão, entretanto, ainda carece um maior aprofundamento.
A discussão oficial da liga parece indicar que, na América do Norte, perceberam que os Estados Unidos nunca serão uma potência no soccer como no basquete e no beisebol, e o Canadá como no hóquei. Para darem passos além, precisam de integração com o calendário internacional e adaptação a modelos já vigentes. Algo que pode soar até um pouco contraditório com o momento político que vive o país…
Fonte: Ogol
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