Marca foi atingida em tempo recorde em 2025 e expõe o peso da carga tributária diante de serviços públicos ainda deficientes
O Brasil ultrapassou a impressionante marca de R$ 1 trilhão em arrecadação de impostos federais nos primeiros 100 dias de 2025. A informação é do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e tem provocado novo debate sobre a carga tributária brasileira, considerada uma das mais altas do mundo.
Embora o montante continue crescendo diariamente, a marca atingida em tempo recorde chama a atenção. Por um lado, revela a eficiência da arrecadação. No entanto, por outro, escancara a insatisfação de grande parte da população com o retorno dos tributos pagos.
Na prática, o cidadão brasileiro precisa trabalhar, em média, cerca de 150 dias — ou praticamente cinco meses — apenas para quitar suas obrigações com o Estado. Essa estimativa é baseada na carga tributária brasileira, que gira em torno de 33% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo especialistas.
Ainda que o volume arrecadado impressione, muitos brasileiros questionam a qualidade dos serviços públicos oferecidos em troca. Áreas como saúde, segurança, educação e infraestrutura frequentemente enfrentam problemas de investimento e gestão, o que agrava o sentimento de injustiça fiscal.
Além disso, a falta de transparência no uso dos recursos públicos contribui para a percepção negativa sobre os impostos. Muitos contribuintes se sentem sobrecarregados e desassistidos, principalmente em regiões onde o acesso a serviços básicos ainda é precário.
Enquanto isso, o debate sobre a reforma tributária ganha força no Congresso Nacional. Parlamentares e economistas defendem mudanças estruturais que tornem o sistema mais justo, simples e eficiente. A proposta é, sobretudo, aliviar a carga sobre os mais pobres e ampliar a equidade na arrecadação.
A expectativa é de que o avanço nas discussões traga soluções concretas e, finalmente, melhore a relação entre o que se paga e o que se recebe em serviços públicos.
Comentários