Geração de tecnologias na piscicultura

Geração de tecnologias na piscicultura

Até agora descrevemos, várias vezes, que nós temos um importante gargalo na piscicultura de Dourados: tecnologia de produção. Descrevemos também, que para evoluirmos apresento, como sugestão, incorporar tecnologias asiáticas que são desconhecidas aqui, como forma de potencializar a nossa piscicultura. 

Não estou falando em maximizar as tecnologias existentes. Estou falando em agregar novas. 

Mas me permitam filosofar um pouco. Conhecimento é soma , é o quê a universidade faz. São os nossos cientistas pesquisadores.

Eles estudam o tempo todo para alcancarem todo o conhecimento disponível, pelo menos é o que eles deveriam fazer. 

Tecnologia é síntese. Consiste em somar pequenos fragmentos de todo o conhecimento, e quando somados traz um processo novo útil à humanidade.

Quem acha que as universidades podem gerar tecnologia, pode não estar certo, já que a síntese é a parte mais complexa.

Frequentemente obtida por pessoas improváveis, que sequer detém conhecimento. Inventam algo. Depois que isto ocorre atuam os pesquisadores. 

Na soma do conhecimento, inclui as novas tecnologias já obtidas. Estas os cientistas aprendem, e passam a melhorá-las, mas só depois que alguém promove a síntese. 

A ciência de MS estaria apta a maximizar as tecnologias das quais eles detém conhecimento. Mas estou propondo uma combinação de várias tecnologias, em uma nova, em um trabalho de síntese.

Estou falando em utilizar as minhas quatro décadas de experiência, um sem número de oportunidades ainda não aplicadas, em prol da piscicultura douradense. 

As minhas recentes experiências na produção de camarão de água salgada em Dourados detém tecnologias que ser aplicadas na agricultura familiar. A técnica, pouco conhecida, chama-se bioflocos. Então há no bioflocos, ferramentas importantes na produção de peixes nativos. Usei bokadhi também, os orgânicos sabem o que é. Há outras….

É possível que haja uma enorme evolução possível, a ser percorrida no manejo dos tanques. Falo em mudar o foco de estudo e de síntese tecnológica, já que as rações encontram-se suficientemente desenvolvidas.

Seguindo essa linha, entramos em tecnologias de tanques escavados, que são aqueles da Agricultura Familiar de Dourados. Outros sistemas, como tanques redes, estão fora.

Inclui a minha proposta ganhos ambientais importantes como baixa renovação de água, reciclagem de nutrientes, alimentos naturais.

Muita gente vai ter um ataque, e vão dar chilique. Tecnologias simples que eu implantei em Dourados, na agricultura familiar, já dava um chilique neste povo.

Por um simples motivo, quem tem dinheiro para pesquisa, congressos, jornais, encontros, dias de campo, palestras, etc são sempre os fabricantes de ração. Assim, possuem fortes aliados, abduzidos pelas ajudas financeiras.

Significa que quando eu proponho que parte do alimento venha na forma de bioflocos, o povo torce o nariz.

Parcela significativa do nosso atraso, veio dos vendedores de ração que em discursos de alta tecnologia foram desincentivando o uso de alimento natural como ferramenta. Mal sabem que as rações só possuem a tecnologia possível dentro do preço que ela está sendo vendida. Isto se o fabricante for minimamente honesto.

Concluo revelando que é perfeitamente possível a elevação da produtividade em conjunto com alimentos naturais em substituição a parte da ração, elevando a lucratividade. Seria suficiente para revitalizar a piscicultura de peixes nativos em Dourados.

*Piscilcultor

Fonte: Dourados News

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