Americano de 69 anos foi escolhido no conclave e sucede Francisco como líder da Igreja Católica
O cardeal norte-americano Robert Prevost, de 69 anos, foi eleito nesta quinta-feira (8) como o novo papa pela Igreja Católica. Ele escolheu o nome Leão 14 e sucede o papa Francisco, tornando-se o 267º pontífice da história. A votação aconteceu na Capela Sistina, no Vaticano, e contou com 133 cardeais eleitores. Para vencer, o escolhido precisava do apoio de pelo menos dois terços dos participantes.
A eleição de um papa dos Estados Unidos era considerada improvável, por questões geopolíticas. No entanto, Prevost se destacou entre os dez cardeais americanos presentes no conclave. Ele já ocupava um dos cargos mais influentes da Santa Sé, como prefeito do Dicastério para os Bispos, órgão responsável por aconselhar o papa na nomeação de lideranças eclesiásticas. Francisco o nomeou para essa função em 2023.
Prevost tem um perfil conciliador. Ele é visto como uma ponte entre os setores conservadores e progressistas da Igreja. Em um momento de tensões internas, essa habilidade foi considerada valiosa. Sua experiência global também pesou na escolha. Ele morou por quase 20 anos no Peru, onde atuou como missionário e chegou a ser bispo em Chiclayo. Isso lhe garantiu, inclusive, a cidadania peruana.
Formado em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, Prevost mantém uma postura teológica sólida, o que agrada setores mais tradicionais. Ainda assim, seu trabalho recente mostra sensibilidade social. Ele já foi elogiado por apoiar imigrantes venezuelanos e visitar comunidades remotas na América do Sul. Além disso, presidia a Pontifícia Comissão para a América Latina.
Apesar da reputação positiva, o novo papa também enfrenta críticas. Durante seu tempo como bispo no Peru, ele se posicionou contra o ensino de gênero nas escolas. Além disso, foi criticado pela forma como lidou com denúncias de abuso sexual cometidos por padres. Em entrevista ao Vatican News, em 2023, Prevost reconheceu que a Igreja ainda tem muito a avançar nesse campo.
“Não podemos fechar o coração, a porta da Igreja, às pessoas que sofreram por abusos”, disse. “A responsabilidade do bispo é grande e acho que ainda temos que fazer esforços consideráveis para responder a esta situação que causa tanta dor na Igreja.”
A escolha de Leão 14 como nome papal pode sinalizar um desejo de firmeza e tradição. Agora, resta saber como ele lidará com os desafios que aguardam a Igreja Católica no século 21.




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