Preso em Dourados, advogado suspeito de fraudes usando nome de mortos é levado de avião ao RS

Suspeito de fraudes com nomes de mortos, Daniel Nardon nega envolvimento e afirma ser vítima de armação

Preso em Dourados na tarde desta quinta-feira (15), o advogado Daniel Fernando Nardon, de 49 anos, foi transferido horas depois para o Rio Grande do Sul. A transferência ocorreu em uma aeronave da polícia gaúcha, que pousou no Aeroporto Regional de Dourados por volta das 19h30.

A escolta até o local foi feita por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com apoio da Polícia Civil do 1° Distrito Policial. Nardon chegou a Porto Alegre já durante a madrugada.

O advogado é apontado como um dos principais nomes por trás de um esquema de fraudes no Rio Grande do Sul, que usava nomes de pessoas falecidas para contrair empréstimos. Ele é um dos alvos da Operação Malis Doctor, desencadeada pela Polícia Civil gaúcha no início deste mês.

Em nota, a defesa de Nardon afirmou que já está tomando as medidas jurídicas cabíveis. “Todas as medidas jurídicas cabíveis estão sendo adotadas para assegurar os direitos e garantias fundamentais do nosso constituinte”, destacaram os escritórios Breier & Advogados e Marcos Eberhardt & Rafael Zottis Advogados.

Preso na BR-163, em Dourados, o advogado foi abordado pela PRF por volta das 14h, quando passava próximo à Avenida Marcelino Pires. Ele estava acompanhado de outro homem, que foi liberado após a abordagem. Segundo a polícia, Nardon afirmava estar retornando do Mato Grosso, mas há suspeita de que ele tentava fugir para o Paraguai.

Durante a condução para o exame de corpo de delito, já na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), Nardon falou com a imprensa e alegou ser vítima de uma armação. “Vou provar em juízo que isso é uma armação. Usaram meu nome no golpe do falso advogado. Eu não fiquei com dinheiro de ninguém. Trabalho há 27 anos e tenho 200 funcionários. Trabalho de forma correta”, afirmou.

O caso teve repercussão nacional. As investigações indicam que o advogado teria se apropriado de valores de clientes, além de assinar procurações em nome de pessoas já falecidas. Estima-se que o prejuízo causado pelo grupo investigado possa chegar a R$ 320 mil. Ao todo, 13 pessoas são investigadas, entre elas nove advogados.

Com o avanço das apurações, a OAB decidiu suspender o exercício da profissão de Nardon.

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