Universidade afirma que investigação seguiu todos os trâmites legais, mas não encontrou provas que confirmassem os relatos; caso voltou a ser registrado na polícia
A UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) informou que as denúncias de assédio sexual e ameaça feitas por uma acadêmica de Medicina, de 44 anos, não foram comprovadas na época dos fatos. A instituição destacou que as investigações contaram com análise de imagens e depoimentos de testemunhas antes de chegar à conclusão.
O caso, registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) na última sexta-feira (13), aconteceu em julho de 2022, durante estágio no HU-UFGD (Hospital Universitário). Na denúncia, a acadêmica relatou ter sido alvo de comentários de cunho sexual e de ameaças feitas por um colega de curso.
Segundo ela, na época optou por não procurar a polícia por orientação do advogado, devido a preocupações com sua segurança. No entanto, relatou o ocorrido à coordenação do curso e à direção do hospital, sem que, segundo sua versão, medidas efetivas fossem tomadas.
Em nota, a UFGD explicou que conduziu o processo por meio de uma Comissão de Processo Disciplinar Discente, respeitando o direito de defesa e o contraditório. “Após ouvir as partes, coletar depoimentos e analisar imagens de câmeras internas e externas, a comissão concluiu que não havia elementos que comprovassem os fatos denunciados”, informou a universidade.
A instituição ainda declarou que, ao tomar conhecimento da insatisfação da acadêmica com o desfecho do processo, se colocou à disposição, por meio da Ouvidoria, para prestar esclarecimentos e oferecer os devidos encaminhamentos. Contudo, segundo a nota, até o momento, a estudante não formalizou nova demanda.
A UFGD reforçou seu compromisso com a manutenção de um ambiente acadêmico seguro e livre de qualquer forma de violência, assédio ou discriminação, mantendo canais abertos para acolhimento, escuta e orientação.
Entenda o caso
De acordo com o boletim de ocorrência, durante um atendimento a paciente no estágio, o colega teria feito comentários ofensivos, como: “mãe solteira só serve para fazer chupetinha”, seguido de ameaças e tentativa de abuso físico no estacionamento do hospital.
A vítima informou que, na época, levou o caso à coordenação do curso, acompanhada de uma testemunha e de outra aluna que também relatou ter sido alvo do mesmo colega. Ela afirma que, mesmo após levar o caso até a reitoria, nenhuma punição foi aplicada.
Após os episódios, segundo a denúncia, o assédio e as ameaças teriam continuado, inclusive durante as aulas, com gestos obscenos por parte do acusado.
O caso foi registrado na Depac como ameaça e assédio sexual e segue sob investigação da Polícia Civil.
Posicionamento do HU-UFGD
O Hospital Universitário informou que, na época, acolheu a estudante, prestou apoio jurídico e formalizou a denúncia junto à Ouvidoria da Universidade, reforçando que não compactua com qualquer tipo de violência ou assédio.
Próximos passos
Com o registro policial recente, o caso volta a ser investigado pelas autoridades, que devem apurar novamente os fatos e buscar elementos que possam esclarecer as denúncias.




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