Chanceler do Irã discursará no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra

Esta foto, fornecida pelo Ministério das Relações Exteriores do Irã, mostra o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, reunindo-se com embaixadores de países estrangeiros em Teerã, em 15 de junho de 2025. Israel e Irã trocaram fogo pesado pelo terceiro dia consecutivo em 15 de junho, com o aumento de baixas e o aumento de alvos, marcando uma forte escalada nas hostilidades entre os inimigos de longa data. (Foto do Ministério das Relações Exteriores do Irã / AFP) / USO RESTRITO AO EDITORIAL - CRÉDITO OBRIGATÓRIO

Abbas Araghchi participará do Conselho de Direitos Humanos em Genebra e reforçará que não haverá diálogo com os EUA enquanto ataques israelenses continuarem

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, fará um discurso nesta sexta-feira (20) no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, em meio à crescente tensão provocada pela campanha militar de Israel contra o Irã, que já entra na segunda semana de confrontos.

O anúncio foi feito por Pascal Sim, porta-voz do conselho. Segundo ele, Araghchi discursará presencialmente no início da sessão da tarde, às 10h (horário de Brasília). Antes da reunião, o embaixador de Israel na ONU em Genebra, Daniel Meron, também se manifestará à imprensa.

Além do discurso, o chanceler iraniano terá encontros com os ministros das Relações Exteriores de Alemanha, França e Reino Unido, além da chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, para tratar sobre o programa nuclear iraniano, alvo direto dos ataques israelenses. Segundo o governo da França, o encontro busca pressionar o Irã e Israel a retomarem o caminho diplomático e evitar uma escalada ainda maior do conflito.

Em entrevista exibida nesta sexta-feira, Araghchi declarou que não há espaço para negociações com os Estados Unidos enquanto os ataques de Israel contra o território iraniano não cessarem. “Os americanos enviaram mensagens pedindo negociações sérias. Mas deixamos claro que, enquanto a agressão não terminar, não haverá espaço para a diplomacia e o diálogo”, afirmou o ministro.

Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou que deverá decidir nas próximas duas semanas se os EUA se envolverão diretamente na ofensiva militar contra o Irã.

O conflito, iniciado em 13 de junho, já causou 224 mortes no Irã e 25 em Israel, além da destruição de parte da infraestrutura nuclear iraniana e da morte de vários comandantes militares e cientistas do país. Israel justifica a ofensiva alegando que o Irã estaria prestes a construir uma bomba atômica, acusação que Teerã nega categoricamente.

As conversas em Genebra serão fundamentais para definir os próximos passos, seja na busca por uma solução diplomática ou pela escalada do conflito no Oriente Médio.

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