Monte Rinjani, famoso por sua beleza, também é conhecido pelos riscos extremos e várias mortes registradas nos últimos anos
A trilha do Monte Rinjani, na Indonésia, onde a brasileira Juliana Marins foi encontrada morta nesta terça-feira (24), possui um histórico preocupante de acidentes e mortes. A publicitária sofreu uma queda no sábado (21), pelo horário local — ainda sexta-feira (20) no Brasil — e ficou quase quatro dias à espera de resgate.
Embora o local seja considerado um dos destinos mais procurados do Sudeste Asiático, ele também oferece desafios extremos. O parque abriga o segundo pico mais alto da Indonésia, o que, aliado ao terreno acidentado, eleva consideravelmente os riscos para os aventureiros.
Casos semelhantes ao de Juliana já ocorreram anteriormente. Por exemplo, em maio deste ano, um turista malaio morreu após cair durante uma trilha. Na ocasião, o resgate do corpo foi extremamente complexo e demandou uma grande operação. Na época, a administração do parque reforçou, em comunicado, que está constantemente buscando melhorar a segurança dos visitantes. “Que esse evento sirva de alerta para a importância da preparação e vigilância em atividades ao ar livre”, destacou a nota.
Contudo, esse não foi um fato isolado. Em 2012, sete estudantes perderam a vida durante uma tempestade enquanto tentavam concluir o percurso. Já em 2018, um terremoto de magnitude 6.4 deixou quase 700 visitantes ilhados na região.
O parque nacional, famoso por abrigar o vulcão ativo Monte Rinjani, possui uma área de 41,3 mil hectares e faz parte do chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, região conhecida pela intensa atividade sísmica e vulcânica. Além das trilhas, o local atrai turistas por suas cachoeiras de águas esverdeadas e fontes termais naturais.
De acordo com informações oficiais, o terreno do parque varia bastante. As altitudes vão de 500 a 3.700 metros acima do nível do mar, passando por áreas planas, onduladas e também extremamente íngremes e montanhosas.
Relatos em sites de viagem confirmam que a trilha é mais difícil do que muitos imaginam. Viajantes frequentemente comentam sobre os fortes ventos, os desafios físicos e os perigos constantes que tornam a experiência ainda mais intensa e arriscada.
Historicamente, o local já era reconhecido como um santuário de vida selvagem desde 1941, quando pertencia às Índias Orientais Holandesas. Somente na década de 1990 foi oficialmente transformado em parque nacional.
A Unesco, que reconhece a região como geoparque, destaca a biodiversidade local e a paisagem única, formada por savanas, florestas tropicais e cadeias vulcânicas. O Monte Rinjani é um dos vulcões mais jovens da região, com idade estimada entre 6 mil e 12 mil anos.
O principal cartão-postal do parque é a cratera do vulcão, que abriga o belíssimo lago Segara Anak, de águas azuladas. Bem no centro dele surge um segundo cone vulcânico, que impressiona visitantes do mundo todo.
As trilhas no parque costumam durar de dois a cinco dias, dependendo do roteiro escolhido. A temporada mais recomendada para visitar vai de abril a dezembro, com maior fluxo de turistas nos meses de julho e agosto.




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