O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu nesta sexta-feira com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, para discutir as consequências da tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. O encontro ocorreu no escritório do governo paulista em Brasília, dias após Trump anunciar as sobretaxas e manifestar apoio explícito ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi interpretada como um gesto político com impacto direto na economia brasileira, especialmente nos setores da indústria e do agronegócio.
Em publicação nas redes sociais, Tarcísio criticou o governo federal e disse que “narrativas não resolverão o problema” e que “a responsabilidade é de quem governa”. Ele também afirmou que abrirá diálogo com empresas paulistas para avaliar os efeitos da tarifa e buscar soluções. “É preciso negociar”, declarou.
A reunião com Escobar foi confirmada pela Embaixada dos EUA, que destacou que São Paulo concentra o maior volume de investimentos americanos no Brasil. A missão diplomática afirmou que encontros com governadores brasileiros fazem parte da rotina da representação e têm como objetivo promover os interesses comerciais e a cooperação bilateral.
Aliado de Bolsonaro e cotado como possível candidato à Presidência em 2026, Tarcísio tenta se equilibrar entre o apoio à base bolsonarista e a necessidade de manter boas relações com o setor produtivo. Integrantes de partidos, do mercado e da própria equipe do governador avaliam que ele corre o risco de desgaste: se endossar as tarifas, pode perder apoio empresarial; se criticá-las, pode ser pressionado por bolsonaristas.
Na segunda-feira (7), quando Trump divulgou carta com ataques ao STF e em defesa de Bolsonaro, Tarcísio compartilhou a mensagem, afirmando que “Jair Bolsonaro deve ser julgado somente pelo povo brasileiro”. Nos dias seguintes, no entanto, ajustou o discurso diante da repercussão negativa das tarifas no setor produtivo.
A tarifa foi amplamente criticada por especialistas, entidades da indústria e do agronegócio, que apontaram prejuízos à economia brasileira e ameaça a empregos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil “não aceitará ser tutelado por ninguém” e que responderá com base na Lei da Reciprocidade Econômica. Segundo ele, o processo judicial contra os envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro é de competência da Justiça brasileira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ironizou a posição do governador paulista e o chamou de “candidato a vassalo”. Já a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, acusou Tarcísio e aliados de Bolsonaro de colocarem a ideologia acima dos interesses do país.
Na carta enviada a Lula, Trump justificou a medida com ataques ao processo judicial contra Bolsonaro e ao Supremo Tribunal Federal, acusando o Brasil de ferir a liberdade de expressão. Ele determinou tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras, a mais alta entre os 22 países notificados pelos EUA nesta semana. Apesar das alegações, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Brasil tem déficits comerciais com os EUA há 16 anos, desmontando o argumento de Trump de que o país norte-americano estaria em desvantagem nas relações bilaterais.
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Acabo de me reunir com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, em Brasília. Conversamos sobre as consequências da tarifa para a indústria e agro brasileiro e também o reflexo disso para as empresas americanas. Vamos abrir diálogo com as empresas…
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) July 11, 2025
Fonte: Jovem Pan News




Comentários