“Parece que nasci de novo”, diz Cláudia após primeira cirurgia bariátrica do SUS em Dourados
“Parece que eu nasci de novo”. É assim que Cláudia Barros Lopes, professora de matemática e moradora em Dourados, resume a sensação de ser a primeira paciente a passar por uma cirurgia bariátrica pelo SUS no Hospital Universitário da UFGD, filiado à Rede Ebserh. O procedimento, realizado no fim de agosto, coincidiu com o aniversário de 45 anos dela e marcou o início de uma nova vida.
Cláudia conta em entrevista ao Dourados News que receber a notícia foi um turbilhão de emoções. “Receber a notícia que eu seria a primeira a fazer a cirurgia bariátrica foi um susto, mas um susto bom. Fiquei muito feliz. Chorei muito. E abracei o médico. Eu tive que ficar um pouquinho na sala, porque comecei a tremer, ficar nervosa. E foi um misto de emoções.”
Mais do que o emagrecimento, o que pesava para ela eram as doenças associadas à obesidade.
“Para mim, o mais importante foi em relação à minha saúde, porque eu tinha pressão alta, diabetes, colesterol e também fazia tratamento para ansiedade e depressão. A diabetes era uma das doenças que mais me maltratava. Eu tomava dezoito medicamentos por dia e hoje, graças a Deus, não estou tomando mais.”
A luta não começou agora. Desde 2017, Cláudia fazia acompanhamento com endocrinologista e nutricionistas do HU, tentando outros métodos de emagrecimento.
Foto: Arquivo Pessoal – No processo antes de emagrecer.
“Eu já tinha tentado sim outros tratamentos com nutricionista, já cheguei a tomar alguns medicamentos, mas não tinha muito efeito. Emagrecia um quilo, depois já ganhava esse um quilo. Em 2018, minha médica cogitou a bariátrica, mas disse que seria difícil, porque em Dourados não tinha. Então, o sonho ficou paralisado.”
A notícia de que seria operada perto do aniversário transformou o momento em algo ainda mais especial. “Essa cirurgia é um sonho que eu já tinha há muito tempo. Ele estava paralisado, mas voltou a ser sonhado e se realizou perto do meu aniversário. Então, eu estou hiper, mega feliz. Me sentindo amada.”
Foto: Arquivo Pessoal
Apoio da família e dos amigos foi essencial nessa caminhada. “Eu tive apoio da minha mãe, das minhas irmãs, do meu filho, dos amigos mais próximos e dos irmãos da minha igreja. Como estou desempregada, minha mãe ajudou pagando consulta, minha irmã ficou comigo no hospital, meu filho preparou tudo para minha chegada em casa. Então, você se sente amada. Há quanto tempo eu não me sentia amada? Eu estou me sentindo amada agora.”
Foto: Arquivo Pessoal – Ainda no hospital.
Hoje, já sem tomar grande parte dos medicamentos, Cláudia enxerga a operação como um divisor de águas. “Para mim, foi a realização de um sonho em relação à saúde. Tanto é que agora eu não estou mais tomando o remédio da glicemia. Para quem tomava 18,5 comprimidos por dia, (…) foi um divisor de águas.”
Foto: Arquivo Pessoal – Os primeiros passos.
Com a experiência, ela deixa um recado a quem também sonha com a cirurgia bariátrica.
Foto: Arquivo Pessoal – depois do procedimento.
“A obesidade é uma doença, não é só porque você come demais. É também um comer emocional. Você tem que aprender que a comida não pode mais te dominar. Então, lute, faça tudo o que pedirem, siga a dieta, passe pela psicóloga, seja verdadeiro. Não canse de correr atrás dos seus sonhos. Parece que o dia que eu saí daquele centro cirúrgico, eu nasci uma nova pessoa”, finaliza.
Fonte: Dourados News




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