O ensaio clínico envolverá mais de mil pessoas no Reino Unido. A expectativa, com efeito, é que o exame, que mede um marcador chamado p-tau217, revolucione a forma como a doença é diagnosticada, tornando o processo mais acessível e menos caro.
O Reino Unido lançou um ensaio clínico sobre exames de sangue para a detecção da doença de Alzheimer. Uma equipe de pesquisadores anunciou a iniciativa, com a esperança de permitir um diagnóstico mais precoce. No total, 1.100 pessoas que apresentem sinais de demência serão submetidas às análises de sangue em todo o país.
Os pacientes serão selecionados em centros do NHS, o sistema público de saúde britânico. Os pesquisadores esperam conhecer os resultados do ensaio dentro de três anos. Jonathan Schott, professor de neurologia no University College London (UCL) e codiretor do estudo, estima que os exames poderão “revolucionar” a maneira como o Alzheimer é diagnosticado.
A doença é diagnosticada por meio de exames clínicos que evidenciam uma perda significativa de memória. No entanto, também existem exames mais complexos e caros, como a punção lombar e a tomografia por emissão de pósitrons (PET-scan). Segundo Jonathan Schott, apenas 2% dos pacientes no Reino Unido se beneficiam de um desses dois exames. Um exame de sangue seria “muito mais acessível e menos caro”, sublinha o professor.
“Com muita frequência, a demência é diagnosticada muito tarde, o que limita o acesso à ajuda, ao tratamento e à possibilidade de planejar o futuro”, lamenta Fiona Carragher, diretora de pesquisa da Alzheimer’s Society. A doença de Alzheimer se desenvolve através da formação de placas de proteínas chamadas amiloides no cérebro.
O novo exame de sangue permite medir um marcador chamado p-tau217. O marcador reflete a presença das proteínas amiloides e Tau. Ele será utilizado como complemento dos testes cognitivos. Caso o ensaio clínico seja bem-sucedido, o exame de sangue poderia se tornar um elemento-chave para o diagnóstico da doença.




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