A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil voltou a gerar tensão entre Câmara e Senado e expôs a rivalidade política entre Arthur Lira (PP-AL) e Renan Calheiros (MDB-AL). Lira, que atua como relator da proposta, fez duras críticas a Renan após o senador articular e aprovar na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado um texto alternativo sobre o tema. Nas redes sociais, o presidente da Câmara afirmou que a construção do projeto se deu com diálogo e que é “reprovável que oportunistas queiram fazer politicagem com a matéria”, em recado direto ao adversário político em Alagoas.
Apesar da aprovação na comissão, a proposta de Renan acabou arquivada em uma gaveta do Senado e dificilmente será analisada em plenário. A disputa tem forte conotação eleitoral: Lira mira uma vaga no Senado em 2026, enquanto Renan busca a reeleição. A polêmica ganhou novo capítulo nesta quinta-feira (25), quando o ministro do Trabalho, Luís Marinho, cobrou responsabilidade do Congresso para aprovar a isenção. Ele criticou sinais de que a votação estaria sendo condicionada à apreciação do projeto de anistia, o que classificou como “chantagem”.
“Não podemos aceitar que a isenção do Imposto de Renda fique refém de um interesse político como a anistia. O Congresso precisa assumir sua responsabilidade”, afirmou Marinho. Analistas avaliam que a disputa revela tanto a rivalidade regional entre os dois caciques alagoanos quanto o uso da pauta tributária como trunfo eleitoral. Além disso, interesses ligados a emendas parlamentares — especialmente as chamadas “emendas Pix”, de difícil rastreamento — têm influenciado as negociações, em um contexto marcado por disputas eleitorais e corporativas.
Fonte: Jovem Pan News




Comentários