O debate sobre a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais voltou a acirrar os ânimos no Congresso. O deputado Hélder Salomão (PT-ES) rebateu críticas da oposição e afirmou que os parlamentares contrários à medida defendem privilégios para os mais ricos, enquanto resistem a benefícios para os mais pobres.
Segundo Salomão, a oposição aceita destinar “quase R$ 1 trilhão” em apoio ao agronegócio, mas considera excessivo quando o governo propõe R$ 1 bilhão em políticas sociais. “Para eles, o Estado existe para os mais ricos, não para quem mais precisa”, disse.
Do outro lado, o deputado Rodrigo da Zaele (oposição) questionou os riscos fiscais da medida e destacou que o sistema tributário brasileiro continua pesado sobre o consumo, o que afeta diretamente a população de baixa renda. Ele alertou que, caso a arrecadação com a nova taxação sobre super-ricos — estimada para quem recebe mais de R$ 50 milhões por ano — não atinja as metas do governo, o resultado pode ser um aumento da inflação, prejudicando justamente os mais pobres.
Analistas avaliam que, na disputa de narrativas, o governo saiu fortalecido com a aprovação na Câmara, já que até partidos de oposição acabaram votando a favor do texto. A expectativa é de que o projeto também avance com rapidez no Senado. Na prática, os efeitos para o contribuinte só devem ser sentidos a partir do próximo ano, com impacto direto nas declarações e restituições do Imposto de Renda de 2026. Até lá, especialistas apontam que o desafio será garantir equilíbrio fiscal para evitar pressões inflacionárias que possam anular os benefícios da medida.
Fonte: Jovem Pan News



Comentários