O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) afirma que 79% das pessoas mais pobres estão diretamente expostas a perigos climáticos extremos. O relatório enfatiza que a COP30 no Brasil deve tratar a ação climática como uma ação de combate à pobreza.
Quase 80% das pessoas mais pobres do mundo, cerca de 900 milhões, estão diretamente expostas a perigos climáticos exacerbados pelo aquecimento global. Elas suportam uma “carga dupla e profundamente desigual”, alertou a ONU nesta sexta-feira (17).
“Ninguém está imune aos efeitos das mudanças climáticas, (…) mas são os mais pobres entre nós que enfrentam o impacto mais severo”, afirmou Haoliang Xu, administrador interino do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). A COP30, que acontecerá no Brasil em novembro, “é o momento para que os líderes mundiais considerem a ação climática como uma ação contra a pobreza”, acrescentou.
Pobreza Multidimensional e Vulnerabilidade
Segundo um estudo anual do PNUD, 1,1 bilhão de pessoas vivem em um cenário de pobreza “multidimensional aguda”. A pobreza inclui fatores como mortalidade infantil, acesso à moradia, saneamento e educação. Metade das pessoas afetadas são menores de idade. A África Subsaariana e o sul da Ásia são as regiões mais vulneráveis.
O relatório enfatiza a conexão entre a pobreza e a exposição a quatro riscos ambientais: calor extremo, secas, inundações e poluição do ar. “Famílias empobrecidas são especialmente suscetíveis aos choques climáticos, pois muitas dependem de setores muito vulneráveis, como a agricultura e o trabalho informal”, aponta o documento.
Estatísticas de Risco
- 79% das pessoas pobres (887 milhões) estão expostas a pelo menos uma ameaça.
- 608 milhões enfrentam o calor extremo.
- 465 milhões são afetadas por inundações.
- 309 milhões estão expostas a três ou quatro riscos.
O relatório conclui que a “pobreza concomitante e os perigos climáticos são claramente um problema global”. Os especialistas alertam que a situação provavelmente vai piorar.




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