Israel mata ao menos 36 pessoas em Gaza após acusar Hamas de violar cessar-fogo

JERUSALÉM, 28/08/2024.- Fotografia dos preparativos das tropas israelenses para uma operação antiterrorista em Jenin e Tulkarm. Segundo fontes militares, as Forças Armadas iniciaram esta manhã uma “operação antiterrorista” de grande escala no norte da Cisjordânia, com o objetivo de eliminar “ameaças terroristas imediatas” que procuravam prejudicar a população civil. As forças especiais israelitas mataram esta quarta-feira pelo menos dez palestinianos e feriram mais vinte, durante ataques militares terrestres e aéreos esta manhã em três pontos no norte do território palestiniano ocupado da Cisjordânia.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) mataram neste domingo (19) ao menos 36 pessoas em dezenas de bombardeios em diferentes zonas da Faixa de Gaza, após acusar o Hamas de ter violado o cessar-fogo vigente desde o último dia 10, por confrontos com milicianos palestinos que deixaram dois militares israelenses mortos. Segundo uma contagem de mortos até às 20h30 (horário local, 14h30 de Brasília) feita por jornalistas de Gaza com dados dos necrotérios dos hospitais, a maioria das vítimas, um total de 30, chegou aos hospitais Al Awda e Mártires de Al Aqsa, localizados no centro da Faixa.

Outros três foram transferidos para o hospital Shifa (norte) e mais três para o Nasser (sul). Vários dos ataques ocorreram no centro de Gaza, especificamente em Deir al Balah, onde seis pessoas morreram em frente a um café; assim como em Nuseirat, onde foram registrados pelo menos três ataques fatais. Um dos ataques em Nuseirat foi contra um edifício que estava sendo usado como base da polícia de Gaza, onde três pessoas morreram, e um segundo contra tendas de deslocados na zona oeste, onde mais seis faleceram.

O terceiro bombardeio fatal na área teve como alvo a residência da família Al-Baz, deixando um número ainda indeterminado de mortos. Na área de Zuwaida, também localizada no centro, um ataque atingiu um chalé utilizado pela Palestinian Media Production, uma empresa que trabalha para meios de comunicação internacionais, como a emissora catari “Al Jazeera” para suas transmissões ao vivo. Morreram ali um técnico de transmissões ao vivo e Ammar Al Zaaneen, filho do jornalista Mohammed Al Zaaneen, segundo informou à Agência EFE um funcionário da empresa. Em uma foto do local compartilhada nas redes sociais, vê-se uma van com o logo da empresa junto a um tripé em pé, rodeado de manchas de sangue.

No norte, foram registrados ao menos dois ataques com duas pessoas mortas em Jabalia, e um bombardeio matou uma mulher e duas crianças na zona costeira de Mawashi, onde muitos deslocados se refugiam em tendas de campanha. “Em Khan Yunis, assim como no centro, (cidade de) Gaza e no norte, a ocupação israelense continua com sua estratégia de matar e atacar claramente civis na Faixa de Gaza”, denunciou o porta-voz da Defesa Civil no enclave, Mahmud Basal.

Os ataques ocorreram após confrontos na manhã deste domingo na região de Rafah, sul de Gaza e controlada pelas FDI, que resultaram na morte de dois militares israelenses. Esses confrontos foram protagonizados por um grupo de combatentes, supostamente da polícia do governo de Gaza, vinculada ao Hamas, que abriram fogo contra os militares israelenses. Tanto o Hamas como seu braço armado negaram envolvimento na troca de tiros.

As forças israelenses classificaram como uma violação “flagrante” do cessar-fogo e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, ordenou uma “ação enérgica contra alvos terroristas” em Gaza. Após “dezenas” de ataques ao longo do dia, as FDI afirmaram ter “retomado a aplicação do cessar-fogo” na noite deste domingo, por indicação do governo israelense. Em um comunicado, indicou que “continuará aplicando o acordo de cessar-fogo e responderá com firmeza a qualquer violação do mesmo”.

*Com informações da EFE

 

Fonte: Jovem Pan News

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