Dourados abriga 10 etnias e concentra maior população indígena de MS, aponta Censo
Dourados é o segundo município de Mato Grosso do Sul com maior diversidade étnica indígena, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através do Censo 2022: Etnias e Línguas Indígenas – Principais características sociodemográficas.
O levantamento mostra que a cidade abriga 10 etnias, ficando atrás apenas de Miranda, que registrou 11, e à frente de Aquidauana, com 9.
Além da diversidade, Dourados também concentra a maior Terra Indígena (TI) do estado, onde vivem 13.473 pessoas indígenas. A maioria dos moradores (41,6%) se declarou Guarani-Kaiowá (6.858 pessoas), seguida dos Terena (3.432) e dos Guarani (3.149).
A segunda maior TI de Mato Grosso do Sul é a de Amambai, com 6.861 habitantes, sendo a maioria Guarani-Kaiowá (6.767).
Em todo o estado, o Censo registrou 116.469 pessoas que se declararam indígenas. Destas, 103.742 declararam pertencer a uma etnia e 792, a duas, totalizando 104.534 pessoas que afirmaram pertencer a pelo menos uma etnia. Além disso, 6.824 pessoas disseram não saber a qual etnia pertenciam, 4.141 não declararam e 649 tiveram etnias classificadas como mal definidas.
O estudo do IBGE evidencia a riqueza cultural e linguística das comunidades indígenas sul-mato-grossenses. Mato Grosso do Sul abriga 139 etnias e 48 línguas indígenas, número que cresceu em relação ao Censo de 2010, quando foram registradas 79 etnias e 37 línguas. Na comparação com outras Unidades da Federação, o estado ocupa o 15º lugar em número de etnias.
As três línguas mais faladas atualmente são Guarani Kaiowá, Terena e Guarani Nhandeva. Em todo Mato Grosso do Sul, 89,7% dos indígenas declararam pertencer a alguma etnia, sendo os povos Guarani Kaiowá e Terena os mais numerosos. O levantamento também mostra que a população Guarani Kaiowá é mais jovem do que a Terena, além de ser maioria nas maiores Terras Indígenas do estado.
Quando o assunto é idioma, o estudo revela que mais da metade (52,8%) dos indígenas com dois anos ou mais falam alguma língua indígena em casa. Por outro lado, o português é utilizado por 76,8% dessa população, o que demonstra um bilinguismo consolidado em grande parte das famílias.
Em 2022, o Mato Grosso do Sul contabilizou 58.901 indígenas que falavam línguas tradicionais, um aumento absoluto em relação ao Censo de 2010, embora o percentual tenha diminuído de 62,4% para 52,6%. O Guarani Kaiowá é a língua com maior número de falantes no estado (37.755), seguido do Terena (9.063) e do Guarani Nhandeva (5.559).
O IBGE também destacou que a taxa de alfabetização é mais alta entre os indígenas bilíngues, ou seja, aqueles que falam português e alguma língua indígena (88,7%).
Os dados reforçam o papel de Dourados como um dos maiores polos culturais e demográficos indígenas do país, abrigando diferentes povos e tradições que seguem vivos, transmitindo suas línguas e modos de vida às novas gerações.
Fonte: Dourados News
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