As mudanças no jornalismo online aos olhos de quem faz o Dourados News

As mudanças no jornalismo online aos olhos de quem faz o Dourados News

Pioneiro no jornalismo online no interior de Mato Grosso do Sul, o Dourados News completa, no dia 23 de novembro, 25 anos de fundação. São mais de duas décadas levando informação com agilidade, credibilidade e compromisso ao público e, para celebrar essa trajetória, o portal lança a campanha “25 anos marcando gerações”, destacando a evolução do fazer jornalístico contada por quem viveu e vive essa história.

Entre eles, os jornalistas Carlos Ferraz Rodrigues, Osvaldo Duarte e Jessica Beatriz, profissionais que representam três momentos distintos do portal, do início desbravador à era das redes sociais e da inteligência artificial.

DO DISQUETE À NOTÍCIA

O jornalista Carlos Ferraz Rodrigues, que ingressou no Dourados News em abril de 2001, relembra os primeiros anos do portal, quando a internet ainda era discada e o jornalismo digital dava seus primeiros passos no interior.

“Naquela época nós já tínhamos o repórter policial de rua, que era o Osvaldinho [Osvaldo Duarte] e o Russo [Waldemar Álvaro Gonçalves, que depois fez parte da equipe como colunista], eram os dois, e tinha o repórter político, que era o Silva Júnior, e além dos próprios repórteres, que era o Clóvis [de Oliveira] e o Coca [Antônio Coca]. O Clóvis e o Coca sempre tiveram muita fonte, então não era difícil”, lembra.

Ferraz destaca as diferenças de um tempo em que as redes sociais ainda não existiam. “Aí mudou da água por vinho, porque era uma coisa (…) A rede social não tinha, então ela foi sendo incluída aos poucos e virou o que virou hoje. É a mesma coisa da internet da época, que era uma internet discada, e depois ela passou a ser uma [internet normal].”

O jornalista recorda as dificuldades técnicas enfrentadas na época. “Com a internet discada, o jornal não ficava online o dia todo. Ele ficava online só a hora que você ia inserir matéria, porque além da internet ter custo muito alto na época, que era telefone, tinha acabado de ser privatizado (…) nós vivíamos o governo do Fernando Henrique ainda, então era muito difícil você trabalhar com internet.”

Sobre o avanço da internet e o impacto no jornalismo, Ferraz reconhece que não imaginava tamanha transformação.

“Eu não imaginava, por exemplo, a extinção do jornal impresso. Como é que você ia imaginar? O fim de um ‘Progresso’ que tinha 50 anos de vida na época, né? Não tinha como imaginar (..) nós perdemos também o Jornal do Brasil, que era um monstro. Enfim, o jornal impresso acabou. Tem quem pode ter, como O Globo, a Folha, o resto acabou”, fala sobre sua percepção.

Ele também reflete sobre a rapidez com que a internet evoluiu. “Claro que ela iria acontecer, mas não com essa rapidez que aconteceu. Hoje a gente pode escrever uma matéria até com o próprio celular.”

Sobre o modo de trabalho no início do portal, Ferraz relembra. “Nós íamos na fonte, fazíamos a coleta de dados e fazíamos a matéria na redação. Antes não tinha disquete, você tinha que escanear a foto, tinha um scanner no jornal para você escanear a foto, depois veio a maquininha com disquete, você ia na rua tirava foto, baixava o disquete e usava foto.”

O jornalista cita ainda a estrutura da redação no início dos anos 2000. “Quando eu entrei tinha cinco computadores, não era uma redação pequena, era uma redação boa, porque a equipe de jornalismo não era pequena, era comporta por Silva Júnior, Coca, Clóvis, eu, Serginho, aí veio o Márcio, além do Oswaldinho Duarte e do Russo. Era uma redação boa”, recorda.

E completa: “Existia a limitação da própria evolução da tecnologia, hoje nós podemos fazer uma reportagem na rua e postar de lá mesmo, com foto com tudo, já na época [2000], não! Na época era complicado (…) olha, uma das coisas que ajudaram o jornalismo douradense foi o curso de jornalismo, que ficou pouco tempo, mas formou profissionais de qualidade”.

ACREDITAR NO NOVO

Assim como Carlos Ferraz, o jornalista Osvaldo Duarte, que ingressou no Dourados News em 2000, acompanhou toda a evolução do portal desde o início.

“No primeiro ano que eu entrei no Jornal Dourados News, ainda bem no começo, de um jornal que apresentava uma tecnologia nova, porém ainda com grandes dificuldades. Nós não tínhamos uma internet veloz, era uma internet discada, mas era uma promessa de um jornal diferente que chegava com uma proposta de um jornalismo mais ágil, mais rápido, com notícia instantânea, mas, porém, dentro de uma tecnologia que ainda não oferecia todos os mecanismos para isso.”

Ele lembra que, no início, era preciso superar a desconfiança do público. “Era uma batalha também vencer a desconfiança, se era verdadeiro aquilo que estava sendo postado ali ou não, bem desafiador, porém promissor. Era um jornal, era uma metodologia promissora, que a gente tinha expectativas para um futuro, com poucos mecanismos de tecnologia, mas com a proposta de tecnologia, então era desafiador e promissor.”

Mesmo com os desafios, a essência da apuração jornalística continuava a mesma. “A nossa apuração era a mesma feita de hoje, porém com menos tecnologia. Hoje nós temos mais tecnologia, hoje nós conseguimos mandar uma foto, hoje nós conseguimos fazer uma transmissão ao vivo, hoje nós conseguimos levar a informação mais rápida ainda, dentro dessa proposta que é o jornal virtual.”

Osvaldo descreve as limitações da época e como evoluíram os meios de envio de conteúdo. “Naquela época nós não tínhamos tanto mecanismo, por exemplo, vamos lá para a foto, eu sou da geração do disquete, depois nós evoluímos para a memória, depois nós evoluímos para o celular, hoje estamos dentro da tecnologia com a transmissão ao vivo. Então, a apuração era feita do local, era ligação de telefone, as fotos a gente mandava pouquinho depois, não com essa velocidade hoje que a gente manda instantânea.”

Ele lembra ainda das estratégias improvisadas usadas pela equipe para conseguir registrar e enviar as imagens das ocorrências, mesmo diante das limitações tecnológicas da época.

“Às vezes, as fotos a gente enviava do local do acidente por moto-táxi (…) ou a redação vinha buscar essa foto no local de uma reportagem para colocar no site, e depois voltávamos também com mais foto. A gente corria, mandava uma foto, ia no local que tinha internet e enviava essa foto, mas era bem mais difícil, bem mais difícil, não era com essa rapidez que nós temos hoje, porque demorou para chegar o celular que enviasse as fotos”, relembra.

O jornalista policial destaca o avanço da tecnologia como aliado do trabalho jornalístico. “Hoje nós temos uma internet mais ágil, antigamente era uma internet discada, era uma internet mais lenta, era uma internet que não oferecia tanta velocidade como a de hoje. Então era mais complicado. A gente trabalhava por telefone, e pelo celular, porém era uma ligação mais cara, hoje nós temos um custo bem mais barato do que naquela época.”

Ele relembra as dificuldades enfrentadas no início do jornalismo digital, quando a internet ainda engatinhava e as condições de trabalho eram limitadas, especialmente para quem precisava cobrir fatos em tempo real.

“Na época era bem restrita. Então, além de você trabalhar com pouca internet, com poucas condições, nós tínhamos também esses desafios. Porque a proposta do Dourados News como jornal virtual era trazer uma tecnologia, mas uma tecnologia que ainda gatinhava, que ainda caminhava”, comenta.

Osvaldo finaliza destacando o papel do Dourados News na consolidação do jornalismo digital. “A evolução do jornal Dourados News, que escreve essa história de 25 anos de um jornalismo, da fonte da informação, marcando gerações, escrevendo o presente, escrevendo o futuro, trabalhando com seriedade sem dúvida nenhuma eu vejo de longos anos o jornal Dourados News porque é o meio de comunicação que chegou para ficar e para ficar por muito tempo.”

A NOVA GERAÇÃO

Integrante da equipe desde março de 2020, Jéssica Beatriz começou sua trajetória no Dourados News em meio ao avanço da pandemia, período em que o jornalismo digital ganhou ainda mais relevância como canal de informação e prestação de serviço à comunidade.

“Na maioria dos dias, a rotina é intensa e dinâmica. A redação funciona em ritmo acelerado, acompanhando os acontecimentos em tempo real. Recebemos pautas de diversas fontes, como polícia, política, comunidade e redes sociais, e o desafio é manter a agilidade sem abrir mão da precisão. A apuração é constante, confirmamos informações, buscamos fontes oficiais e atualizamos as matérias conforme novos dados surgem.”

A jornalista comenta sobre as ferramentas que utiliza no dia a dia. “Uso desde as ferramentas mais tradicionais, como telefone e WhatsApp para contato com fontes, até as redes sociais, que ajudam na checagem e no monitoramento de informações. Algumas ferramentas de inteligência artificial, principalmente para decupagem de entrevistas, também são grandes aliadas na agilidade do trabalho.”

Jéssica também observa as mudanças na relação com o público. “A principal diferença é a velocidade da informação e o nível de interação com o público. Hoje, o leitor não é apenas um consumidor de notícias, ele participa, envia informações, comenta e cobra respostas.”

Ela destaca a integração entre os profissionais da redação. “Há uma integração constante entre os repórteres e o editor, seja pessoalmente ou por mensagem. Trabalhamos de forma colaborativa, com comunicação direta e rápida, o que garante que o portal esteja sempre atualizado.”

E conclui sobre o significado de fazer parte dessa história: “O Dourados News é referência não apenas pela credibilidade, mas por acompanhar as mudanças da comunicação sem perder sua essência. É um portal que faz parte da história da cidade e da vida das pessoas, atravessando gerações e se reinventando.”

Ela comenta ainda sobre o sentimento pessoal de fazer parte da equipe e de contribuir diariamente com o crescimento do portal ao longo desses anos.

“Significa muito orgulho. Fazer parte dessa trajetória é uma responsabilidade e, ao mesmo tempo, uma realização profissional. Já são quase seis anos contribuindo com essa história, levando informação de qualidade e com responsabilidade para a população”, finaliza.

MARCANDO GERAÇÕES

Há 25 anos marcando gerações, o Dourados News celebra a sua trajetória pioneira, mantendo viva a missão de informar com credibilidade, agilidade e compromisso com o leitor, valores que atravessam o tempo e unem profissionais de diferentes gerações sob um mesmo propósito.

Fonte: Dourados News

Comentários