O Chile precisará de um segundo turno para decidir quem presidirá o país pelos próximos quatro anos. Jeannette Jara, da esquerda, e Jose Antonio Kast, da ultradireita, terminaram nas duas primeiras posições nas eleições deste domingo (16) e se enfrentarão no dia 14 de dezembro. Conheça os candidatos abaixo:
Jeannette Jara nasceu em El Cortijo, um bairro pobre do norte de Santiago. Primeira pessoa de sua família a se formar em uma universidade, ela estudou administração pública e direito e foi líder estudantil. Além disso, se tornou militante no Partido Comunista aos 14 anos e lidera uma ampla aliança de centro-esquerda. Seus seguidores destacam seu carisma e estilo aberto ao diálogo. “O Chile é igual a uma família. Nem todos pensam igual, nem todos se amam igual, mas nem por isso deixa de ser família”, gosta de repetir em suas intervenções.
Jara surgiu como opção presidencial depois de, como ministra do Trabalho do presidente Gabriel Boric, conseguir a redução da jornada semanal de 45 para 40 horas, liderar a reforma do sistema privado de pensões e aumentar o salário mínimo de U$ 350 para U$ 530, um dos mais altos da América Latina. A candidata comunista assumiu uma agenda contra o crime e de maiores controles migratórios, mais própria da direita. “O tema da segurança pública será prioritário desde o primeiro dia”, afirmou na televisão.
Além de ministra do Trabalho, Jara foi Subsecretária de Seguridade Social (2016 – 2018), durante o segundo mandato de Michelle Bachelet. Ela deixou o cargo ministerial no governo de Gabriel Boric para lançar sua candidatura à Presidência, vencendo as primárias da coalizão governista com 60% dos votos.
Caso saia vitoriosa nas eleições do segundo turno, Jeannette Jara se tornaria a primeira presidente comunista do Chile na era democrática.
O advogado Jose Antonio Kast, de 59 anos, é filho de um ex-soldado do Exército nazista e irmão de um ex-ministro do ditador Augusto Pinochet (1973-1990). Em 2019, fundou uma força de extrema-direita à sua imagem e semelhança, o Partido Republicano, que conduz com uma mistura de “simpatia pessoal” e um “forte controle”. Esta é sua terceira campanha, após ter disputado as eleições em 2017 e conquistado apenas 8% dos votos e ter sido derrotado pelo atual presidente Gabriel Boric no segundo turno, em 2021.
Sua proposta se resume na luta implacável contra o crime e os imigrantes irregulares. Admirador de Pinochet, deixou de lado desta vez temas como sua rejeição ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Admitiu que possui um revólver de cinco tiros e que quer aumentar o poder de fogo da polícia. Em um ato aberto de campanha, fez seu discurso protegido por um vidro blindado. Kast faz contagem regressiva para os dias que faltam para concretizar seu plano de expulsão de imigrantes em situação irregular sob seu eventual governo. “Se não o fizerem voluntariamente, vamos procurá-los”.
A campanha de Kast, com anúncios de medidas mais rigorosas em relação a imigração e construção de valas para conter a entrada ilegal no país, tem sido comparada com as de Donald Trump e Jair Bolsonaro (PL).
Fonte: Jovem Pan News




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