O secretário de segurança pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, destacou a necessidade de alinhamento entre União e estados para avançar em políticas de segurança. Ele explicou o papel da Concesp — o colegiado que reúne secretários de segurança de todo o país — e comentou o atual cenário de discussões sobre a proposta de emenda constitucional que trata da área.
Avelar, que preside o conselho, afirmou que a Concesp funciona como espaço de construção coletiva, mesmo quando há divergências políticas e regionais. Segundo ele, as reuniões permitem consolidar ideias e definir posições técnicas que representem a realidade dos estados.
“Naturalmente, existem diferenças, mas o diálogo sempre prevalece. Quando debatemos processos de segurança pública de forma responsável, conseguimos construir unanimidades em temas fundamentais, independentemente da orientação política de cada gestor”, afirmou.
Avelar explicou que, embora todos os estados compartilhem preocupações com crimes contra o patrimônio, cada região enfrenta sua própria dinâmica. Ele citou o enfrentamento ao tráfico de drogas e de armas nas áreas de fronteira, a estrutura geográfica complexa do Rio de Janeiro e os desafios específicos da região Norte, marcada por hidrovias e por crimes como o roubo de combustível transportado em balsas.
“Há diferenças claras entre as regiões, mas também há pontos comuns. A população de norte a sul do país quer sentir segurança. E os crimes patrimoniais são os que mais afetam essa percepção”, destacou.
Avelar relatou que os secretários reagiram à proposta inicial apresentada pelo Governo Federal para reorganizar atribuições das polícias. Segundo ele, o texto original foi elaborado sem diálogo com os estados e apresentava pontos distantes da realidade do trabalho cotidiano das forças de segurança estaduais.
“Todos os secretários, de esquerda, de direita e de centro, entenderam que era preciso apresentar uma alternativa. Foi uma posição unânime. A proposta estadual foi endossada pelo Fórum de Governadores e influenciou a segunda versão apresentada pelo Ministério da Justiça”, explicou.
Mesmo com o avanço do chamado projeto antifacção, a PEC da segurança permanece em debate no Congresso. O relator, deputado Mendonça Filho, segundo Avelar, tem mantido diálogo constante com os estados e acolhido grande parte das sugestões técnicas oferecidas pelos gestores.
“É importante registrar que o deputado tem nos ouvido. Ele fez audiências públicas importantes e praticamente aderiu aos conceitos apresentados pelos secretários. A expectativa é de que a proposta avance, talvez não neste ano, mas com ajustes que contemplem a visão dos estados”, disse.
A fala do secretário reforça que, apesar das divergências pontuais, a integração entre União e estados permanece essencial para enfrentar os desafios da segurança pública e construir políticas duradouras para o país.
Fonte: Jovem Pan News



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