Sobe para 55 o número de mortos no pior incêndio em Hong Kong em 30 anos

PETER PARKS / AFP Foto por PETER PARKS / AFP Bombeiros jogam água nas chamas enquanto um grande incêndio consome vários blocos de apartamentos no conjunto residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, em Hong Kong, em 27 de novembro de 2025. Os bombeiros ainda estavam combatendo um incêndio devastador em 27 de novembro, que atingiu um complexo de arranha-céus em Hong Kong, matando pelo menos 44 pessoas e deixando centenas desaparecidas, segundo as autoridades.

O incêndio declarado em sete edifícios de um complexo residencial de Hong Kong tem como saldo provisório 55 mortos, 68 feridos hospitalizados -16 em estado crítico e 25 em situação grave – e 279 desaparecidos, segundo os últimos números divulgados nesta quinta-feira (27) pelos serviços de emergência locais.

As chamas, que começaram na tarde de quarta-feira (26), devastaram sete dos oito edifícios de 31 andares que compõem o complexo Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po. É o pior incêndio desse tipo em Hong Kong nas últimas três décadas.

O fogo começou em um dos edifícios e se propagou com extrema rapidez, alimentado pelos andaimes de bambu recobertos com telas de segurança, lonas impermeáveis e placas de poliestireno expandido utilizados nas obras de renovação exterior iniciadas em julho de 2024

Em apenas 43 minutos, o Departamento de Bombeiros elevou o alarme do nível 1 para o 4 e, quatro horas depois, para 5, o mais alto grau na escala local, ativado apenas em duas ocasiões anteriores na história recente de Hong Kong.

As autoridades consideram “inusual” a velocidade de propagação e confirmaram a presença de materiais de poliestireno expandido altamente inflamáveis dentro dos blocos. Até o início da manhã, os incêndios nos sete edifícios já estavam sob controle, e restavam apenas chamas em três deles, após quase 10 horas de operações contínuas.

O Departamento de Bombeiros mobilizou 1.250 efetivos, 304 veículos de emergência, 26 equipes especializadas e quatro drones para vigilância aérea, e continua avançando andar por andar nas tarefas de resgate e resfriamento.

As autoridades alertaram para o risco de colapso parcial dos andaimes, dos quais já caíram fragmentos, o que obriga o pessoal a extremar a precaução. A polícia deteve dois diretores e um consultor de engenharia da empreiteira responsável pelas obras, acusados de homicídio culposo pelo uso de materiais que teriam facilitado a rápida extensão do fogo.

Além disso, agentes revistaram hoje os escritórios da empresa administradora do complexo e a residência de um dos suspeitos, enquanto a investigação sobre a origem do incêndio continua.

O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, classificou a tragédia como uma “catástrofe maciça” e anunciou a suspensão de todos os atos de campanha para as eleições ao Conselho Legislativo de 7 de dezembro, além de abrir a porta para uma possível revisão da data do pleito.

Em uma reunião interdepartamental realizada pela manhã, Lee ordenou inspeções imediatas em todas as urbanizações de Hong Kong atualmente em obras para verificar a segurança dos andaimes e dos materiais empregados.

A onda de solidariedade se multiplicou hoje, com anúncios de ajuda por parte do setor privado. A Fundação Jack Ma, Alibaba e Ant Group comprometeram 60 milhões de dólares de Hong Kong (pouco mais de RS 40 milhões) para apoiar as famílias afetadas e os serviços de resgate.

Além disso, empresas como BYD, NetEase, Trip.com, ByteDance e Didi doaram 10 milhões de dólares de Hong Kong (cerca de R$ 6,8 milhões) cada uma para os esforços de assistência. A catástrofe supera amplamente o saldo do incêndio do edifício comercial Garley, ocorrido em 1996 em Kowloon, que deixou 41 mortos e que até agora era o pior incidente deste tipo em tempos de paz em Hong Kong

*Com informações da EFE

 

Fonte: Jovem Pan News

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