Em balanço de fim de ano realizado nesta quinta-feira (18), o presidente brasileiro destacou a boa relação com Donald Trump, negou acordos para reduzir penas dos condenados pelo 8 de janeiro e afirmou que investigará inclusive familiares em caso de fraudes no INSS.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou hoje, em Brasília, uma coletiva de imprensa para apresentar o balanço das ações de seu governo em 2025. Em um discurso que mesclou política externa e temas sensíveis do Judiciário, Lula abordou desde a “amizade” com o republicano Donald Trump até o combate à corrupção interna.
Lula foi enfático ao afirmar que irá vetar integralmente o Projeto de Lei da Dosimetria, aprovado ontem pelo Senado com 48 votos. O projeto prevê a redução de penas para os condenados pelos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Posicionamento: “Pessoas que cometeram crimes contra a democracia terão de pagar. Na hora que chegar na minha mesa, eu vetarei”, declarou.
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Bastidores: Lula negou que tenha havido um acordo de sua base aliada para permitir a votação em troca da aprovação de pautas do governo. “Se houve esse acordo, não fui informado”, rebateu.
Um dos pontos mais comentados foi a revelação de Lula sobre seu papel de mediador entre os Estados Unidos e a Venezuela. O presidente afirmou ter conversado por cerca de 40 minutos com Donald Trump e o mesmo tempo com Nicolás Maduro.
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Relação com Trump: O petista minimizou atritos ideológicos: “Trump virou meu amigo, dois homens de 80 anos de idade, não tem por que brigar”.
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Mediação: Lula ofereceu o Brasil como ponte para evitar um conflito armado na região. “Disse ao Trump que temos interesse em mediar diálogo. Aqui é zona de paz”.
Sobre as dificuldades na assinatura do acordo comercial, Lula informou ter ligado para a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
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O impasse: Segundo o presidente, Meloni esclareceu que não é contra o acordo, mas enfrenta pressão dos agricultores italianos.
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Prazo: A Itália pediu cerca de um mês para resolver embaraços internos e alinhar-se à assinatura, contrariando a resistência francesa liderada por Emmanuel Macron.
Ao ser questionado sobre as recentes denúncias de fraudes no INSS, que citam nomes próximos à família presidencial, Lula adotou um tom de rigor institucional:
“Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado. Se tiver o Haddad, vai ser investigado”, garantiu.
O presidente explicou que a CGU (Controladoria-Geral da União) investiga o caso há dois anos de forma sigilosa para evitar “pirotecnia” e garantir que as provas sejam sólidas.




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