O governo de Nicolás Maduro classificou como “ameaça grotesca” o anúncio de Donald Trump de bloquear petroleiros sancionados. Enquanto os EUA intensificam a pressão militar no Caribe, a PDVSA garante a segurança das operações, e aliados como China e Irã condenam a postura de Washington.
A tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela atingiu um novo patamar nesta quarta-feira (17/12). Após o presidente Donald Trump anunciar um bloqueio naval a todos os petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela, o governo de Nicolás Maduro reagiu classificando a medida como “irracional” e uma “pretensão de guerra colonialista”.
Trump justificou o bloqueio afirmando que as forças americanas não deixarão passar ninguém até que o país devolva o petróleo que, segundo ele, foi “roubado” dos EUA. Washington não reconhece a legitimidade de Maduro e oferece US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura por acusações de “narcoterrorismo”.
A estatal PDVSA informou que, apesar das ameaças, as exportações e derivados continuam operando normalmente.
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Produção Atual: A Venezuela produz cerca de 1 milhão de barris diários (bd).
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Meta: O país estima chegar a 1,2 milhão até o final de 2025.
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Mercado: O anúncio de Trump causou uma alta imediata nos preços internacionais do petróleo.
Especialistas da Capital Economics alertam que um bloqueio efetivo cortaria um “salva-vidas crucial” para a economia venezuelana, cuja maioria das exportações tem como destino a China.
O cenário gerou uma onda de manifestações globais:
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ONU: Maduro conversou com António Guterres, que apelou à “moderação e distensão imediata”.
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México: A presidente Claudia Sheinbaum pediu que a ONU evite um “derramamento de sangue”.
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Aliados: China e Irã condenaram o que chamam de “assédio” e “assalto à mão armada no mar”. O Irã denunciou a apreensão de um petroleiro por militares americanos ocorrida em 10 de dezembro.
A presença militar dos EUA na região aumentou desde agosto, sob o pretexto de combate ao narcotráfico.
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Ataques: O Pentágono já realizou mais de 25 ataques contra supostas lanchas de tráfico, resultando em pelo menos 99 mortos.
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Confisco: Na semana passada, os EUA apreenderam um navio-tanque com carga estimada entre 1 e 2 milhões de barris de petróleo venezuelano.
Enquanto isso, a líder opositora María Corina Machado, apoiada pelos EUA e recentemente premiada com o Nobel da Paz (recebido por sua filha), deixou Oslo nesta quarta-feira com destino não revelado, após passar mais de um ano na clandestinidade.




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