MS registra mais de um caso por dia de ataques de serpentes e PMA orienta sobre cuidados

MS registra mais de um caso por dia de ataques de serpentes e PMA orienta sobre cuidados

Mato Grosso do Sul registra, em média, um caso por dia de ataque serpente, em que a vítima acaba na rede de saúde. Dados mais recentes da CVSAT/SES (Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica da Secretaria de Estado de Saúde), acerca de acidentes com animais peçonhentos, apontam que até novembro deste ano, foram registradas 458 ocorrências.

Essa quantidade é 12,5% menor do que a contabilizada em todo ano passado, quando foram 530 casos.

“A redução dos índices de acidentes é multifatorial, mas atribuímos boa parte desse resultado positivo à Educação Ambiental. Existe hoje uma maior conscientização tanto da população urbana quanto do trabalhador rural. No campo, percebemos que o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como botas e perneiras, tornou-se uma prática mais rígida. Além disso, as campanhas informativas fazem com que as pessoas evitem o confronto direto com o animal, o que reduz drasticamente as chances de um bote ou picada acidental”, explica a major Thamara Moura, subcomandante do 2º BPMA (Batalhão de Polícia Militar Ambiental) de Dourados.

Major Thamara Moura, subcomandante do 2º BPMA Dourados – Foto: Divulgação / 2º BPMA

Ela lembra que esses animais não “invadem as cidades por maldade”, mas se movimentam em busca de alimento, abrigo ou parceiros para reprodução. “O crescimento urbano próximo a áreas de preservação favorece esses encontros. Já resgatamos sucuris em veículos e jiboias em estruturas residenciais”, explica.

Na terça-feira, dia 16, o 2° BPMA capturou em Dourados uma jiboia enrolada na suspensão de um carro. Foi necessário levar o veículo até uma oficina mecânica, colocar em uma rampa para visualização e retirada do animal, que estava enrolado debaixo do veículo, entre a suspensão e o escapamento. Em junho deste ano, a equipe também resgatou uma sucuri de 2,5 metros na parte de baixo de uma caminhonete. 

Segundo a major Thamara, a maior quantidade de capturas do batalhão envolve a jiboia, uma serpente que não inocula veneno e, portanto, não é peçonhenta.

“Ela é comum em áreas próximas a fragmentos de mata por ser muito adaptável. No entanto, também atendemos ocorrências com espécies peçonhentas como a jararaca e a cascavel. Independentemente de ter veneno ou não, tratamos todos os espécimes com protocolos de segurança para garantir a integridade do animal e da equipe”, explica.

Ela lembra que se o animal estiver em seu habitat, como uma margem de rio ou mata, e não oferecer risco direto, a orientação da autoridade ambiental é não interferir. “A captura só ocorre quando há risco para a população ou para o próprio animal”, complementa, lembrando que a maioria dos acidentes ocorre por descuido no manuseio ou pisada acidental em áreas de vegetação.

O QUE FAZER?

A major lembra que o que atrai a serpente, geralmente, é a oferta de alimento. “Entulhos, restos de construção e lixo acumulado atraem roedores, que são a base da dieta de muitas serpentes. Locais úmidos, escuros e pouco movimentados servem como abrigo perfeito. Na área urbana, a limpeza de quintais e terrenos baldios é a melhor prevenção. Na área rural, a atenção deve ser redobrada em paióis, pilhas de lenha e proximidades de cursos d’água”, esclarece.

Para quem trabalha ou transita no campo, é indispensável o uso de perneiras e botas de cano alto. Já no ambiente doméstico, a orientação é o ‘contato visual, mas não físico’. “Ao avistar uma serpente, a pessoa nunca deve tentar capturá-la por conta própria”, alerta.

A orientação, seja no campo ou na cidade, é manter a calma, afastar crianças e animais domésticos, isolar a área e acionar a Polícia Militar Ambiental, enquanto faz o monitoramento visual de forma segura e à distância, para facilitar a agilidade do resgate. “Não tente acuá-la ou matá-la, isso aumenta a chance de um ataque defensivo”, esclarece, lembrando ainda que matar um animal silvestre é considerado crime ambiental pela legislação brasileira.

A subcomandante esclarece ainda que a prioridade após a captura, é sempre o retorno à natureza. Se o animal estiver saudável, é feita a soltura imediata em área de reserva distante do perímetro urbano. Se a serpente apresentar ferimentos ou sinais de que está debilitada, é feito encaminhamento ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), para tratamento e posterior reintrodução ao habitat.

O telefone do 2º BPMA para informar sobre serpentes é o (67) 3428-0384, que também é WhatsApp. Em qualquer localidade, ainda é possível ligar no 190 da Polícia Militar para encaminhamento.

Em caso de acidente, a orientação é lavar o local com água e sabão e procurar imediatamente atendimento médico. Em Dourados, a referência é a UPA (Unidade de Pronto Atendimento Médico), onde tem o soro específico utilizado no tratamento, a depender da espécie de serpente envolvida.

Fonte: Dourados News

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