Projeto leva música a pacientes de hospital em Dourados há 10 anos

Projeto leva música a pacientes de hospital em Dourados há 10 anos

O projeto Seresteiras do HU — formado por colaboradoras e colaboradores do hospital — completou neste ano uma década levando música, acolhimento e afeto pelos corredores do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

Na edição especial “Seresta Natalina: Especial 10 anos”, apresentada em dezembro, o grupo convidou dois antigos seresteiros – Edu Azevedo, no pandeiro, e Anderson Molgora, no violino, servidor do hospital, além do músico Wilian Lira, no violão, também funcionário do hospital.

Os convidados, juntamente com as atuais seresteiras – Denise Melo, Laura Cyrineu, Letícia Pinheiro, Luciana Comunian, Márcia Strassburger e Neiva Barreto, todas funcionárias de diferentes setores do HU-UFGD/Ebserh, trouxeram no repertório trechos de Venite Adoremus, Bom Natal, Mamo Oimẽ nde rory, Solo le pido a Dios, Happy Day e O que é O que é, com a intenção de levar alento e alegria a toda comunidade hospitalar. Além disso, o grupo tem buscado incorporar às vozes, figurinos e maquiagens artísticas – talento da seresteira Márcia Strassburguer -, trazendo ainda mais carinho e alegria através da arte musical.

“Como coordenadora do projeto desde o início, percebo que a proposta é muito dinâmica, aberta a possibilidades criativas. Para participar do grupo, basta gostar de cantar ou tocar algum instrumento. Os participantes reúnem-se uma hora por semana para escolher repertório, aquecer as vozes e ensaiar”, explica a coordenadora do projeto, Laura Cyrineu Munhoz E Silva, que também atua como pedagoga no HU-UFGD/Ebserh.

Segundo a coordenadora, o projeto também está voltado à qualidade de vida do trabalhador “Os momentos de ensaios e apresentações significam uma breve ruptura na rotina institucional, possibilitando momentos de interação artística, convivência e bem-estar, num espaço de criatividade e leveza. É um grupo sempre aberto a novos participantes que atuem no HU-UFGD”, acrescentou a pedagoga.

História

Em dezembro de 2015, um grupo de funcionários do HU-UFGD, pensando na programação de Natal da instituição, em ações de homenagem e reconhecimento pelo esforço e dedicação em prol de um hospitalar cada dia melhor, organizou um coletivo para cantar um pout-pourri de canções natalinas, percorrendo todos os setores.

A partir daí, o grupo denominado à época Seresteiros do HU, iniciou uma tradição de realizar a cada dezembro a Seresta de Natal pelos corredores do hospital, em todos os turnos de trabalho, contemplando colegas tanto da área assistencial quanto da área administrativa, incluindo terceirizados, como um carinho musical – aos pacientes e acompanhantes, um momento como ação voltada à humanização hospitalar e aos colegas, o reconhecimento à dedicação diária de trabalho.

Considerando a diversidade de pessoas que frequentam o HU-UFGD, o repertório buscava canções que trouxessem mensagem de paz, alegria e esperança, não somente na língua portuguesa, mas também em guarani, espanhol e inglês.

Na pandemia, a proposta das serestas direcionadas apenas em época de Natal foi ampliada e o grupo passou a realizar serestas virtuais, com gravações remotas, como forma de reconhecimento e gratidão pelo empenho de todos, tendo participações especiais como da Orquestra UFGD e do músico Renato Teixeira. Paralelo ao trabalho dedicado aos colegas, foram realizadas diversas serestas virtuais personalizadas à pacientes internados com a covid-19, como forma de apoiar e levar carinho aos pacientes e familiares.

A partir daí, o grupo passou a ampliar as ações das serestas, com homenagens em datas festivas como também em apresentações em eventos institucionais.

“E desde 2022, com o retorno das atividades presenciais, o grupo, não por intenção, mas por livre participação, tem mantido uma formação exclusivamente feminina, alterando assim o nome do coletivo para Seresteiras do HU”, explicou a cordeenadora acrescentando que a iniciativa efetivou-se como projeto institucional, por meio da Resolução n. 114, de 29 de junho de 2023.

“Para quem participa do grupo, são muitos os momentos de emoção: ao ver um paciente sorrindo, outro cantando junto, uma criança batendo palmas, um pai emocionado, um visitante pedindo para entrar num leito de um familiar, uma paciente seguindo o grupo nos corredores, assim como um funcionário dançando, aplaudindo. São anos com muitas lembranças afetivas para o grupo, com a sensação de que a música desperta muitas emoções nas pessoas e, como funcionários do hospital, muitas vezes se (re)descobrem cantando, ampliando também o olhar sobre sua atuação no espaço hospitalar, no cuidado humanizado”, finalizou.

Fonte: Dourados News

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