O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, criticou, neste sábado (20), a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apresentou atualizações sobre a crise energética com a Enel e a gestão do transporte público na capital. Em entrevista à imprensa, o chefe do executivo municipal abordou o uso de eventos oficiais para fins políticos e as batalhas judiciais enfrentadas pela prefeitura.
Nunes classificou como inadequado o comportamento do presidente da República durante eventos administrativos recentes, acusando-o de transformar atos institucionais em plataforma eleitoral.
“Eu digo que é uma falta de respeito o presidente da República ou qualquer pessoa pública usar um espaço da administração para fazer palanque político. Isso é um desrespeito com a democracia”, afirmou Nunes.
O prefeito argumentou que o ambiente era de trabalho administrativo e que houve confusão entre as esferas institucionais e partidárias. “A gente tem que saber o que é palanque e o que é local de trabalho. […] Ali ele usou a máquina pública de forma vergonhosa”, completou.
Nunes também repudiou as falas de Lula direcionadas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema, sugerindo que o presidente deveria encerrar seu ciclo. “Talvez demonstre que já tá na hora de ele terminar esse mandato dele e descansar um pouquinho com a Janja, porque a gente não precisa mais desses ambientes de agressão.”
Sobre o fornecimento de energia, o prefeito responsabilizou o governo federal pela regulação e fiscalização do contrato de concessão, afirmando que a cidade ficou vulnerável.
“A prefeitura e o governo do estado, nós estávamos reféns, igual vocês… refém da Enel e refém da inércia do governo federal que não agia”, declarou.
Nunes refutou a narrativa da concessionária de que a queda de árvores seria a principal causa dos apagões recentes. “Tirando aquela coisa que eles queriam colocar a culpa nas árvores… você tem mais de 80% dos locais onde faltou energia não tem relação com queda de árvores”, pontuou o prefeito, citando dados de onde 2,2 milhões de imóveis ficaram sem luz frente a 119 quedas de árvores.
Ele reiterou o objetivo da administração municipal: “Nós não vamos sossegar enquanto o governo federal não fizer aquilo que é obrigação deles. […] Nós não queremos mais a Enel.”
No âmbito do transporte público, Nunes comentou as recentes decisões judiciais envolvendo a empresa de ônibus Transwolff, investigada por suposta relação com o crime organizado. Ele criticou uma decisão liminar cível que suspendeu o processo de caducidade do contrato.
“O juiz, com todo respeito, mas de uma forma inusitada, inesperada e que a gente não compreende, deu uma decisão liminar sem consultar a prefeitura”, disse Nunes.
No entanto, o prefeito assegurou que uma segunda decisão, na esfera criminal, impede o retorno da empresa à operação. “Passa a ser zero, absolutamente zero a possibilidade da Transwolff querer reassumir os serviços. Portanto, ela não vai reassumir os serviços”, garantiu.
Em relação ao valor da passagem de ônibus, a prefeitura aguarda a conclusão dos estudos da SPTrans. A decisão deve ser alinhada com o governo estadual no fim do ano.
“Normalmente eles me trazem na última semana de dezembro”, explicou Nunes sobre os estudos tarifários. O objetivo, segundo ele, é evitar aumento real: “Fazer o mínimo possível, que não passe pelo menos a inflação.”
Fonte: Jovem Pan News




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