Caso Epstein: Clinton pressiona Trump por liberação sem censura dos arquivos

Bill Clinton foi presidente dos Estados Unidos entre 1993 e 2001

O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton pediu ao atual mandatário, Donald Trump, a divulgação integral e imediata de todos os arquivos relacionados à investigação sobre o bilionário Jeffrey Epstein que façam referência ao seu nome. Em comunicado divulgado na segunda-feira (22), Clinton afirmou que não precisa de proteção e criticou a liberação parcial dos documentos, com trechos e imagens censurados.

Segundo o texto, enviado à imprensa por seu porta-voz e repostado por Clinton na rede social X, o ex-presidente solicitou que Trump determine à procuradora-geral, Pam Bondi, a liberação de “quaisquer materiais restantes que façam referência, mencionem ou contenham uma fotografia de Bill Clinton”. A nota sustenta que a forma como os documentos vêm sendo divulgados indica que “alguém ou alguma coisa está sendo protegida”.

A cobrança ocorre em meio à divulgação gradual de arquivos da investigação sobre Epstein, acusado de comandar uma rede de tráfico sexual de menores e que morreu na prisão em 2019. Os documentos vêm sendo publicados no site do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, mas grande parte do material apresenta tarjas que ocultam nomes, endereços e outros dados pessoais, sob a justificativa de preservar a identidade das vítimas.

A liberação dos arquivos foi determinada após a aprovação, pelo Congresso americano, de um projeto de lei que obrigou o governo a tornar públicas as informações do caso. A medida foi sancionada por Trump, e mais de 300 mil páginas passaram a ser disponibilizadas. Na sexta-feira (19), um novo lote de documentos trouxe fotos de Epstein ao lado de políticos e celebridades, incluindo Clinton, além de centenas de páginas com trechos censurados.

Entre as imagens divulgadas, há registros do ex-presidente em situações informais ao lado de Epstein e de pessoas com os rostos borrados. O porta-voz de Clinton afirmou que o democrata rompeu relações com o bilionário muito antes de os crimes virem a público, versão semelhante à apresentada por Trump sobre sua própria relação com Epstein.

A divulgação dos documentos gerou críticas de democratas, vítimas do esquema e organizações civis, que acusam o governo Trump de “acobertamento seletivo”. De acordo com a agência Associated Press, ao menos 16 imagens teriam sido retiradas da página oficial do governo após a publicação inicial. A brasileira Marina Lacerda, uma das vítimas de Epstein, também criticou publicamente a censura aplicada aos arquivos.

Questionado sobre o tema, Trump reagiu com irritação e voltou a afirmar que nunca esteve na ilha de Epstein. Sobre Clinton, disse que o ex-presidente “pode se defender sozinho”. A ausência de referências diretas a Trump em parte do material mais recente chamou atenção, já que documentos divulgados anteriormente citavam seu nome, incluindo listas de voos do avião particular de Epstein.

O caso voltou a ganhar destaque neste ano diante das promessas de campanha de Trump de tornar públicos todos os arquivos relacionados a Epstein. Após liberar parte do material, o governo afirmou não ter encontrado provas da existência de uma lista de clientes, o que frustrou apoiadores do presidente e ampliou a pressão política para que os documentos sejam divulgados sem censura.

*Com informações de Eliseu Caetano

*Reportagem produzida com auxílio de IA

Fonte: Jovem Pan News

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