A China iniciou exercícios militares com munição real ao redor de Taiwan, que simularão o bloqueio de portos importantes da ilha de governo democrático, que Pequim reivindica como parte de seu território. O Ministério da Defesa da ilha afirmou que detectou 89 aviões militares chineses perto de seu território, o número mais elevado em um único dia desde outubro de 2024.
As manobras, que receberam o nome “Missão Justiça 2025”, contam com a participação de contratorpedeiros, fragatas, soldados, bombardeiros e drones que realizam “treinamentos com munição real contra alvos marítimos ao norte e sudoeste de Taiwan”, afirmou o Exército chinês.
As atividades se concentrarão na “capacidade de combate mar-terra, tomada conjunta de ampla superioridade, bloqueio de portos e áreas cruciais”, explicou em comunicado o coronel Shi Yi, porta-voz do Comando de Teatro Oriental das Forças Armadas da China. Após o início dos exercícios, o Ministério das Relações Exteriores alertou que qualquer tentativa de obstruir a unificação de Taiwan com a China “está destinada ao fracasso”.
“As forças externas que tentam usar Taiwan para conter a China e que fornecem armas a Taiwan apenas encorajarão a arrogância independentista e empurrarão o Estreito de Taiwan para uma situação perigosa de guerra iminente”, disse o porta-voz Lin Jian.
O Exército Popular de Libertação (ELP) exibiu um mapa com cinco grandes zonas ao redor de Taiwan, onde serão organizadas as manobras com “munição real” e recomendou que “qualquer embarcação ou aeronave não relacionada evite entrar nas águas e no espaço aéreo acima mencionados”.Segundo as autoridades de Taiwan, algumas zonas ficam a menos de 12 milhas náuticas de sua costa e afetam rotas internacionais de transporte marítimo e aéreo.
Reconhecida oficialmente por pouco mais de dez países, a ilha dispõe de governo, exército e moeda próprios. Também conta com os Estados Unidos como seu principal fornecedor de armamentos e segurança. No início do mês, a Casa Branca aprovou uma venda de armas avaliada em 11,1 bilhões de dólares (61,5 bilhões de reais) para Taipé, o que provocou uma reação de indignação do governo chinês.
O presidente Donald Trump afirmou que não estava preocupado com as manobras e pareceu minimizar a importância sobre a possibilidade de seu homólogo chinês, Xi Jinping, ordenar uma invasão. “Tenho uma grande relação com o presidente Xi, e ele não me disse nada a respeito”, afirmou Trump a jornalistas, ao ser consultado sobre essas manobras. “Não acho que ele vai fazer isso”, disse Trump, em uma aparente referência a uma invasão.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News




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